O nome da ministra japonesa dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio-2020, Seiko Hashimoto, ganha força para assumir a presidência do Comitê Organizador no lugar de Yoshiro Mori, que entregou o cargo na semana passada após não suportar as pressões internas e externas depois de ter feito declarações machistas sobre mulheres executivas que, segundo ele, falam demais nas reuniões e vivem competindo entre si. Mas Hashimoto evitou comentários sobre o assunto nesta quarta-feira.
“A seleção do Comitê Organizador foi iniciada e o procedimento (para a escolha do novo presidente) está em andamento. Eu não tenho mais nada para falar sobre isso”, afirmou a ministra em entrevista coletiva em Tóquio.
Por ser uma ex-atleta, Hashimoto tem a preferência por conhecer a Carta Olímpica, cujos princípios defende a igualdade de gênero, a diversidade e a inclusão. Os organizadores se recusam a comentar sobre a nomeação de qualquer membro para o cargo. Há uma nova reunião para discutir o assunto nesta quinta-feira.
Outros nomes estão no páreo para assumir o lugar de Mori na presidência do Comitê Organizador, entre eles o de Yasuhiro Yamashita (presidente do Comitê Olímpico Japonês) e Mikako Kotani (diretora esportiva de Tóquio-2020). Há pressa para ocupar o posto para que os Jogos não ganhem mais descrédito da comunidade internacional e dos próprios competidores.
O CASO – Primeiramente, Mori, de 83 anos, afirmou que não renunciaria, mas foi convencido a deixar o cargo. Em seu discurso final, fechado para perguntas dos jornalistas, ele disse “se sentir patético” por suas declarações. Hashimoto trabalhou com Mori na organização dos Jogos de Tóquio-2020 e tem sido apontada como a mais bem preparada para assumir o posto nessa reta final para a disputa, marcada para começar em 23 de julho.
Tóquio começou a vacinar sua população contra a covid-19 no último domingo, mas a cidade ainda está em estado de emergência por causa da pandemia. Estrangeiros ainda estão proibidos de entrar no Japão. Hashimoto é uma ex-atleta olímpica, tem 56 anos e já teria comentado na televisão pública NHK do seu receio de assumir a pasta faltando tão pouco tempo para os Jogos. Ainda assim, os responsáveis pela decisão, um comitê de notáveis do Japão e do COI, deverão fazer a oferta para a ministra.
A principal preocupação ainda diz respeito à pandemia do novo coronavírus. O Japão controlou bem a doença no último ano, mas agora sofre aumento de casos e mortes. Por enquanto, o COI e seus pares da organização do país-sede estão alinhados em manter a Olimpíada em andamento. Hashimoto sabe, no entanto, que os Jogos não estão totalmente garantidos. Existe a possibilidade de os eventos em Tóquio não terem público. A pressão dos japoneses é para que não haja a Olimpíada e que ela seja cancelada definitivamente.