Tribuna Ribeirão
Economia

RP vira prestadora de serviços

ALFREDO RISK/ARQUIVO

Estudo feito pelo Instituto de Economia da Associação Co­mercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) mostra que a ca­pital da Região Metropolitana vem se tornando uma cidade majoritariamente de serviços. No primeiro trimestre de 2019, o setor contava com 31.731 em­presas na cidade, 3,9% a mais que a quantidade de estabele­cimentos comerciais (30.538) contabilizadas no período.

São 1.193 estabelecimentos prestadores de serviços acima das lojas comerciais, em gran­de parte resultado da crise do emprego que assolou a cidade entre 2015 e 2016 e começou a mostrar recuperação em 2017, mas voltou a cair com a pande­mia de coronavírus.

Sem trabalho fixo com car­teira assinada, muita gente op­tou por empreender e abriu sa­lões de cabeleireiro, barbearias, clínicas de estética, food trucks, bares, restaurantes, marmitarias etc. Segundo Vicente Golfeto, diretor do Instituto de Econo­mia da Acirp, a mudança de ce­nário faz parte de um ciclo histó­rico em Ribeirão Preto.

“Ribeirão Preto, durante o Segundo Império, começou a ser conhecida como a capital mundial do café, marca que perdurou durante toda Repú­blica Velha, de 1889 a 1930. Depois, com o centro de gra­vidade da economia local se deslocando do campo para a cidade, começou a pontificar o comércio, tanto de varejo quanto de atacado”, explica.

“No entanto, há alguns anos, nota-se o crescimento do setor de serviços”, emenda. Atualmente, o instituto tra­balha nos dados de 2020 para confirmar a tendência que des­pontou a partir do primeiro trimestre de 2019. “Estamos buscando confirmação des­te comportamento e também identificarmos o tamanho do estrago que a pandemia provo­cou na economia urbana de Ri­beirão Preto”, finaliza Golfeto.

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged) do Ministério da Economia, em Ribeirão Preto, dois dos principais setores fe­charam o ano passado com défi­cit de vagas de emprego formal: serviços e comércio. O setor de serviços registrou 49.068 contra­tações e 49.846 rescisões, déficit de 778 empregos formais.

Em dezembro, foram 4.108 contratações e 3.861 rescisões, superávit de 247 empregos formais. O comércio fechou o ano com saldo negativo de 588 postos de trabalho, fruto de 23.765 admissões e 24.353 demissões. No mês passado, o superávit chega a 563 novas vagas, fruto de 2.067 admis­sões e 2.044 demissões.

No país, o setor de serviços registrou queda de 7,8% em seu volume no acumulado do ano de 2020. Foi o recuo mais inten­so do indicador desde o início da série histórica, em 2012. O dado foi divulgado pelo Instituto Bra­sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).

Considerando apenas o mês de dezembro, o setor também teve quedas na comparação com novembro de 2020 (-0,2%) e em relação a dezembro de 2019 (-3,3%). A receita nomi­nal caiu 7,1% no acumulado do ano e de 2,3% na compa­ração com dezembro de 2019. Na comparação com novem­bro, no entanto, houve cresci­mento de 0,7% na receita.

No acumulado de 2020, o volume de serviços caiu em quatro dos cinco segmentos pesquisados. Os serviços pres­tados às famílias tiveram o maior impacto na queda dos serviços em 2020: 35,6%. O resultado veio do desempenho ruim de atividades como res­taurantes, hotéis e atividades de condicionamento físico, devi­do à pandemia de covid-19.

Também apresentaram re­dução no volume os segmentos de serviços profissionais, admi­nistrativos e complementares (-11,4%), de transportes, servi­ços auxiliares aos transportes e correios (-7,7%) e de informa­ção e comunicação (-1,6%). O único dos cinco segmentos com alta no volume em 2020 foi o se­tor de outros serviços (6,7%).

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