O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) decidiu pela manutenção da aliá Bambi no Santuário dos Elefantes, localizado na Chapada do Guimarães, no Estado do Mato Grosso. A decisão data de 3 de fevereiro e termina com um longo imbróglio sobre a transferência do animal. Até setembro do ano passado, vivia no Bosque e Zoológico Municipal Doutor Fábio de Sá Barreto, em Ribeirão Preto.
A aliá indiana Bambi chegou ao Bosque Fábio Barreto em 23 de julho de 2014. Veio do zoológico municipal da cidade de Leme (SP) por determinação da antiga Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Na época, a pasta considerou o local e o espaço em que ela vivia inadequados. Antes, pertencia ao Circo Stankowich.
Com quatro toneladas e três metros de altura, tem 58 anos, é cega do olho esquerdo e tem dificuldade de mastigação (deslocamento de retina bilateral, catarata bilateral e lesão óssea crônica inflamatória em membro posterior direito). No ano passado, o Fórum Nacional de Proteção e Defesa dos Animais conseguiu uma decisão na Justiça para que Bambi fosse removida para o Santuário dos Elefantes. A transferência foi realizada em 24 de setembro.
Em novembro, dois meses após a transferência, o promotor Wanderlei Trindade, do Patrimônio Público, se manifestou pela volta de Bambi para o Bosque Fábio Barreto em ação judicial que determinou a transferência do animal para o Santuário dos Elefantes. De acordo com o representa do Ministério Público de São Paulo (MPSP), a aliá estava sendo bem tratada em Ribeirão Preto e fazia parte do patrimônio público da cidade.
Portanto, deveria ficar no município. Em seu parecer, Trindade citou que era do interesse da população local e da Região Metropolitana a permanência de Bambi no zoológico de Ribeirão Preto. O Bosque Fábio Barreto tem agora apenas uma aliá, Maison, de aproximadamente 48 anos. Asiática, ela pesa quatro toneladas.
Chegou ao zoo de Ribeirão Preto em 17 de outubro de 2011, doada ao município pelo proprietário do Circo Kronner, Carlos Antônio Spíndola, o popular “Biriba”. Veio do Uruguai, onde trabalhou debaixo da lona até o governo, a exemplo de outros países como o Brasil, proibir a apresentação de animais em espetáculos circenses.
Bambi é a sétima elefanta do Santuário de Elefantes do Brasil. Guida e Maia foram os primeiros elefantes do santuário e chegaram em Mato Grosso em outubro de 2016. Também já viveu no local a elefanta Ramba, que morreu em dezembro de 2019.
Guida morreu em junho do mesmo ano. Atualmente, além de Maia, vivem no local Rana, Lady, Mara e agora, Bambi, a única indiana – as outras são asiáticas. A aliá está em um espaço amplo, com 28 hectares divididos entre riacho, lago, árvores e um espaço com lama.