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Coronavac é eficaz contra outras cepas

A Coronavac, vacina do Instituto Butantan desenvol­vida em parceria com a far­macêutica chinesa Sinovac, apresenta melhor desempenho contra as novas cepas do coro­navírus na comparação com as vacinas que se utilizam de uma única proteína como antígeno (a chamada proteína S).

Testes feitos com as va­riantes inglesa e sul-africana do novo coronavírus já mos­traram um bom desempenho das vacinas com vírus inati­vado (tecnologia da vacina do Butantan), e análises estão sendo feitas atualmente con­tra a cepa amazônica.

“Estamos testando com a variante amazônica. Já estamos fazendo inclusive com amos­tras de soro de pessoas vacina­das aqui no Brasil. Brevemen­te teremos esses resultados e acreditamos que, pela própria forma como a vacina é produ­zida, essa possibilidade de ter escape, de não ter a resposta, é bem menor”, explica o diretor do Butantan, Dimas Covas.

O governo paulista solici­tou ao Butantan 20 milhões de doses adicionais preventi­vamente – caso as 100 milhões de doses encomendadas pelo Ministério da Saúde não sejam suficientes para vacinar toda a população vulnerável no esta­do até o final do ano.

“É uma medida acautelató­ria e preventiva. Havendo ne­cessidade, usaremos essas 20 milhões de doses”, afirma o go­vernador João Doria (PSDB). Para imunizar os grupos já de­finidos pelo Programa Nacio­nal de Imunizações (PNI) na primeira fase da vacinação, se­rão necessárias mais doses do que as 100 milhões encomen­dadas ao Butantan (46 milhões em produção e envio, e outras 54 milhões em fase de assina­tura do contrato).

“Se nós tivermos essa va­cinação até o meio do ano, estaremos cumprindo apenas a primeira etapa do PNI, 50 milhões de pessoas sendo va­cinas. Existem outros grupos previstos no próprio PNI, por isso a necessidade de se chegar a pelo menos 150 ou 170 mi­lhões de pessoas de um país como o Brasil, com 212 mi­lhões de habitantes”, diz Covas.

“Obviamente que as vaci­nas que estão planejadas não atenderão a totalidade, daí a providência que o governa­dor solicitou de já iniciar a procura de doses adicionais”, ressalta Dimas. O diretor do Butantan lembra também que está prevista a liberação de 200 milhões de doses da vacina da Oxford/AstraZeneca até o fi­nal do ano. “Se essas vacinas de fato chegarem, no final do ano nós teremos imunizado mais de 150 milhões de pessoas.”

No último dia 5, um lote de 1,1 milhão de doses – o maior até então – foi enca­minhado pelo Butantan ao Ministério da Saúde para distribuição em todo o Bra­sil. Desse total, 248 mil doses ficaram em São Paulo, obede­cendo o princípio de propor­cionalidade, e outras 852 mil doses foram encaminhadas ao Centro de Distribuição do Ministério da Saúde.

Com isso, 9,8 milhões de doses já foram entregues ao governo federal dentro do PNI, o que indica que nove em cada dez vacinas contra Covid-19 aplicadas no Brasil são produzidas pelo Butantan. Nesta quarta-feira (10), uma nova remessa de 5,6 mil litros de Insumo Farmacêutico Ati­vo (IFA) da Coronavac chega­rá da China para a produção de 8,7 milhões de doses.

Para cumprir as 46 mi­lhões de doses inicialmente encomendadas pelo Minis­tério da Saúde, ainda faltarão doze mil litros de insumos, que serão enviados ao Brasil em dois movimentos: o pri­meiro de oito mil litros e o segundo de quatro mil litros. Ambos aguardam autoriza­ção para exportação.

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