O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) anunciou nesta sexta-feira, 5 de fevereiro, que entrará em greve a partir de segunda-feira (8), data marcada para a reabertura das escolas estaduais. A volta das aulas presenciais ocorre em meio à segunda onda da pandemia de covid-19 no Brasil.
Segundo o Apeoesp, a decisão teve apoio de 81,8% dos professores. No começo do ano passado, na região, que envolve três das 91 Diretorias Regionais de Ensino (DREs) – Ribeirão Preto, Sertãozinho e Jaboticabal –, estavam matriculados 99.432 alunos de 165 escolas da rede estadual, sendo 47 mil em 82 unidades na capital da Região Metropolitana.
Nos 645 municípios paulistas são cerca de 3,3 milhões de estudantes e mais de cinco mil unidades. Em assembleia realizada nesta sexta-feira (5), os professores se manifestaram contra a decisão de reabrir escolas estaduais. Segundo o Apeoesp, as unidades não têm condições sanitárias de receber os estudantes e há casos de funcionários e professores contaminados pelo coronavírus após reuniões de planejamento.
O Apeoesp fez um levantamento que apontou 147 casos de covid em escolas que tiveram algum tipo de atividade presencial. De acordo com o subsecretário de articulação regional da Secretaria da Educação do Estado, Henrique Pimentel, as escolas que tomaram medidas contra a reabertura são procuradas pela pasta.
“(Fechar a escola) Não é a melhor forma de lidar, causa interrupção e até um desconforto na comunidade escolar, um medo”, argumenta o subsecretário. Pimentel diz que as escolas estaduais que tiveram registro de casos de covid-19 em funcionários devem retomar as aulas presenciais na segunda-feira.
O retorno será retardado exclusivamente em instituições que estão em obras ou outros impeditivos. Ele argumenta que não há indício de contágio dentro de escolas estaduais desde a retomada de parte dos trabalhos presenciais. “Se seguir direitinho as orientações, respeitar o distanciamento e o uso de equipamentos de uso individual, a chance é pequena (de transmissão)”, afirma.
Nesta sexta-feira, o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, informou que as escolas da rede vão receber apenas 35% dos estudantes, mesmo em regiões que avançaram para a fase amarela do plano de flexibilização da quarentena. Nesta fase, o percentual poderia subir para 70%, mas ele argumenta que uma mudança agora causaria desinformação entre as famílias. A volta às aulas na rede estadual foi adiada em uma semana.
Inicialmente prevista para o dia 1º de fevereiro, o retorno passou para o dia 8. Segundo o secretário, o adiamento foi para facilitar o planejamento das escolas. Rossieli também retirou a obrigatoriedade de os alunos frequentarem as aulas na escola. O retorno passou a ser facultativo nas fases laranja e vermelha. Nesta sexta-feira, foi mantido de forma opcional durante o mês de fevereiro na rede estadual, mesmo durante a fase amarela.