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Protesto de bares contra o Plano SP

ALFREDO RISK

Cerca de 100 empresários e funcionários do setor de bares e restaurantes de Ribeirão Pre­to protestaram contra a decisão do governo estadual, anunciada em 29 de janeiro, de proibir ao atendimento presencial nestes estabelecimentos. O ato foi reali­zado na tarde desta quinta-feira, 4 de fevereiro. Os manifestantes se reuniram na Esplanada do Theatro Pedro II e seguiram até o Palácio Rio Branco, sede da prefeitura, no Centro Histórico.

A restrição imposta pelo Plano São Paulo, que rebaixou a região do 13º Departamento Regional de Saúde (DRS-XIII) da fase laranja para a vermelha, vai pelo menos até este domin­go (7), mas pode ser ampliada. Nesta sexta-feira (5), o gover­nador João Doria (PSDB) vai anunciar a nova reclassificação da quarentena. Se as 26 cidades da área de atuação do DRS-XIII conseguirem avançar para a fase laranja, as novas regras começa­rão a valer na segunda-feira (8).

O protesto foi organizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Ribei­rão Preto e Região (Abrasel). Os empresários do setor apresenta­ram uma pauta de reivindica­ções aos governos municipal, estadual e federal. A entidade quer que Doria abra um canal de diálogo com a categoria. Também querem isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) deste ano e mais leitos de terapia intensiva para pacientes com covid-19.

Os empresários do setor também querem acesso ao Pro­grama Nacional de Apoio às Mi­croempresas e Empresas de Pe­queno Porte (Pronampe). Além disso, pedem redução de outros tributos federais e estaduais e que os restaurantes sejam con­siderados atividades essenciais. A categoria defende a volta do auxílio do governo federal para ajudar as empresas a pagar parte do salário dos funcionários.

A prefeitura informou que os manifestantes foram atendi­dos por um representante da ad­ministração municipal. Diz ain­da que a pauta de reivindicações da categoria será analisada pelo Comitê Técnico de Contingen­ciamento da Covid-19. Ainda ontem, o vereador Jean Corau­ci (PSB) protocolou na Câmara projeto de lei que amplia na ci­dade as atividades consideradas essenciais durante a pandemia do coronavírus para que possam funcionar na fase vermelha.

Além dos bares e do comér­cio em geral, a proposta lista ainda restaurantes, shopping centers e praças de alimentação, escritórios e empresas de advo­cacia, contabilidade, imobiliá­rias, corretagem de seguro e de tecnologia. O projeto também pretende beneficiar os atletas de esporte de alto rendimento que disputam campeonatos nacio­nais, estaduais e internacionais, além do Legislativo, secretarias e autarquias municipais, igrejas e templos religiosos.

Salário de janeiro está comprometido
Funcionários de bares e restaurantes de Ribeirão Preto podem ficar sem receber o salário referente ao mês de janeiro, que por força de lei te­ria de ser creditado nesta sexta-feira, 5 de fevereiro, quinto da útil do mês. A informação é da Associa­ção de Bares e Restaurantes (Abrasel), que fez uma pesquisa sobre o endividamento do setor por causa da pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o levantamento, 65% dos em­presários do segmento não têm todo ou nenhum recurso para quitar a folha de pagamento. Com o funcionamento comprometido há quase um ano e fechados desde o começo de janeiro, donos de bares encontram dificuldade para evitar a falência e afirmam que crédito liberado pelo governo estadual não é suficiente para impedir o colapso.

O levantamento da Abrasel mostra que 62% dos bares de Ribeirão Preto devem fechar suas portas definitivamente nos próximos dois meses e 17% encerrarão as atividades nos próximos dias se a abertura ao público continuar impedida. Mais de 80% das empresas deixaram de pagar seus impos­tos em 2020 para honrar a folha de pagamento dos funcionários e 47% estão sem pagar fornecedores.

Quase 100% destes estabelecimentos têm planos de dispensar pelo menos 10% do quadro de funcionários – 25% devem demitir um quarto e 21% pretendem diminuir pela metade a quantida­de de colaboradores. Segundo a Abrasel, muitos trabalhadores não poderão contar com o salário em suas contas nesta sexta-feira, já que 36,4% dessas empresas não têm recursos para pagar os salários e 28,6% devem atrasar para saldar o débito.

A análise também mostra ainda que 36,8% desses estabelecimentos estão com os aluguéis atrasados e 27,6% estão tentando uma negociação para evitar o despejo. A CPFL Paulista se destaca entre os credores do segmento, já que 61% dos bares e restaurantes estão com as contas de energia elétrica em atraso.

“Anunciamos isso com muita dor, mas os em­presários não têm como pagar e é nessa hora que toda a cidade vai começar a sentir no bolso junto com a gente o descaso das autoridades”, diz Renato Munhoz, presidente da associação.

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