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Um novo 2021

Depois de uma semana em que atingimos o recorde de mortes em um só dia, surge o momento da reflexão: como será o 2021?

Janeiro já se passou e não tivemos nada diferente do ano anterior. Quando a pandemia começou tinha quem apostasse que tudo não iria além de dois meses. Até Bolsonaro insistia tratar-se de “uma gripezinha”. Enganou-se. De mês em mês, terminamos o ano como nunca, chorando os mortos e reno­vando as esperanças de sempre.

A princípio o fechamento do comércio não assustava tanto porque ainda parecia que todos dispunham de uma poupancinha que “quebrava o galho”. E várias estratégias. Os contratos dos empregados podiam ser suspensos, os salários reduzidos e o governo cobria uma parte. Isso acabou e as empresas não poderão dispensar aqueles empregados por seis meses (praticamente até junho). E depois? Também acabou o auxílio emergencial aos necessitados, que era de pequeno valor, mas ajudava. No geral a situação piorou.

Enquanto isso, a pandemia é a mesma. Ou melhor, agora tem as variantes brasileiras, que são agravantes. Exige-se os mesmos cuidados do ano passado, como evitar aglomerações, higiene pessoal (lavar as mãos) constantemente e uso de más­caras. Dessas recomendações ainda há teimosas resistências. O presidente insiste em não usar máscaras, é lamentável.

Algumas medidas de bom senso (adiamento do carnaval) surgiram. Porém, regular o prazer do uso das praias é algo ainda inalcançável, que os administradores púbicos mostram ignorar. E tomem infectados e internados! Afinal, “um reme­diozinho” curador não existe (menos aquele recomendado pelo Bolsonaro, recusado por médicos e OMS).

Hospitais de campanha foram desativados antes da hora. Faltam leitos, agora!

Para salvar os brasileiros a esperança é a vacina, mas já nos convencemos que não haverá para todos, tão cedo. Talvez só no final de 2021. Antes tarde que nunca! Como o Ministro da Saúde é um “bom gestor”, nada se fez quando os vizinhos do Brasil já negociavam a compra: deu no que deu, entramos tarde na competição e pagando caro! Depois do capítulo inicial (Dória X Bolsonaro) parece que “de lote em lote”aos poucoselas vão chegando (da China, principalmente, fornece­dor refutado por Bolsonaro). Aí surge a ordem da vacinação batizada pela corrupção, incluindo os apadrinhados políti­cos, sempre preferenciais aos prioritários, porque eles não se misturam.

Janeiro marcou a crise de Manaus: do oxigênio, das inter­nações, das mortes, da “exportação” de pacientes graves para o resto do Brasil. Sobrou para “o não da Saúde”, investigado porque sabia do caos já próximo e não levantou-se da cadei­ra: não é o “gestor expert” do Presidente?

Pois, então, do Bolsonaro (mandatário maior) até os níveis inferiores estamos “bem servidos” de administradores da coisa pública, com raras exceções, por todo o país.

Até dinheiro tivemos(foram bilhões) – quando precisou para a pandemia. O que nos falta é quem saiba (ou queira saber) administrar com competência e honestidade os nossos interesses confiados à máquina pública. É a triste realidade. E assim o ano caminha, com cores diversas (vermelha, laranja, amarela…) como Deus quer ! (Será?) Não acredito.

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