Com o avanço da Covid-19, muitos têm procurado formas de se prevenir. Uma das crenças atuais é a possibilidade do tratamento precoce contra a doença. Isso levou a uma alta demanda por polivitamínicos, a ponto de o produto desaparecer das prateleiras reais e virtuais das farmácias.
Em levantamento feito pela Folha de São Paulo, pelo menos 20 estabelecimentos da Grande São Paulo já não tinham a versão mais completa do polivitamínico Centrum em estoque. Funcionários das farmácias afirmam que a procura por vitaminas em geral tem aumentado de forma considerável desde o ano passado. Eles dizem que a busca disparou especialmente desde novembro.
Em nota, a GSK Consumer Healthcare Brasil, fabricante do Centrum no território nacional, diz que o produto está com atraso nas reposições de estoque. A empresa confirma, ainda, que houve aquecimento na categoria de multivitamínicos.
Polivitamínicos não têm eficácia contra a Covid-19
Os clientes que buscam pelo produto geralmente querem melhorar a imunidade ou foram diagnosticados com Covid-19 e receberam a receita de um médico como forma de tentar solucionar as perdas de paladar e olfato. Estudos científicos, entretanto, demonstram que polivitamínicos não previnem gripes, resfriados e outras infecções virais.
Drauzio Varella afirma que complexos vitamínicos só são preventivos em situações bem específicas, como gravidez, problemas intestinais e deficiência de nutrientes. Ou seja, não há evidência de que esses complexos atuem como preventivos contra a Covid-19.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos já publicou um alerta sobre a ineficácia dessas fórmulas no tratamento da doença. O infectologista Renato Grinbaum acredita que as pessoas querem ter a sensação de que estão fazendo algo para se proteger. “Aí, tomam medicamentos sem eficácia… Tudo isso, do ponto de vista infectológico, não tem nenhum benefício.”
Grinbaum destaca, ainda, que a única opção realmente eficaz para combater a doença são as medidas preventivas. Entre elas estão o uso de máscaras de proteção, a higiene constante das mãos e a vacinação.
Via: Folha de São Paulo