Tribuna Ribeirão
Ciência e Tecnologia

Após um ano, Microsoft avalia meta de se tornar “carbono negativa”

Há um ano, a Microsoft fez um compromisso público de se tornar “negativa em carbono” até 2030 – ou seja, removeria do meio ambiente mais carbono do que emitiria. Doze meses (e que meses!) depois, a empresa fez uma avaliação do progresso da ousada meta.

“Publicamos nosso relatório de sustentabilidade mais abrangente até o momento. Ele analisa não apenas nosso compromisso de ser carbono negativo, mas também de nos tornarmos positivos para a água, sem desperdício e de criar um ‘computador planetário’ para coletar dados que ajudarão a melhorar a biodiversidade mundial”, afirma o presidente da companhia, Brad Smith.

Quando empresas estabelecem metas para se tornarem neutras em carbono (ou carbono-negativas, no caso da Microsoft), isso inclui, além da diminuição na emissão de gases de efeito estufa, o investimento em outras empresas e organizações sem fins lucrativos para capturar e armazenar dióxido de carbono.

Brad Smith, presidente da Microsoft, Amy Hood, diretora financeira e o CEO Satya Nadella, no anúncio do plano da empresa para se tornar carbono negativo até 2030. Imagem: Brian Smale/Divulgação

Neste primeiro ano, a Microsoft reduziu suas emissões de carbono em 6% – o equivalente a 730.000 toneladas. Ao mesmo tempo, bancou a remoção de 1,3 milhão de toneladas de carbono em 26 projetos ao redor mundo, que correspondem a 11% da sua produção. De acordo com a empresa, todos os dados do relatório serão submetidos a auditoria.

“Até 2030, nossa meta é reduzir nossas emissões em mais da metade. Isso significa que, se mantivermos e, em seguida, melhorarmos essas reduções por 10 anos consecutivos, alcançaremos e superaremos essa meta”, avalia o executivo.

O efeito da pandemia

Parte da redução do ano passado ocorreu à revelia da Microsoft. A Covid-19 ocasionou uma diminuição da atividade no mundo inteiro – inclusive na empresa. “Obviamente, esse aspecto é insustentável, tornando mais importantes outras fontes de progresso mais significativas”, reconhece Smith.

Campus da Microsoft no Vale do Silício, Califórnia (EUA). Imagem: Microsoft/Divulgação

Para manter o ritmo, a Microsoft quer acelerar a mudança de combustíveis fósseis para energia renovável em suas instalações e reduzir as emissões dos seus fornecedores. Até agora, a Microsoft confiou principalmente em projetos de reflorestamento para absorver e armazenar suas emissões de carbono.

Menos de 1% do carbono que a Microsoft disse ter removido da atmosfera no ano passado foi apreendido por meio de tecnologias emergentes de captura direta ne ar. “Hoje não existe um ecossistema de remoção de carbono real e o mundo deve construir um novo mercado em uma escala e cronograma sem precedentes, quase do zero”, afirma Smith.

A Microsoft iniciou um Fundo de Inovação Climática de US $ 1 bilhão no ano passado para acelerar o crescimento desse “ecossistema”, mas muito mais será necessário para tornar a remoção de carbono uma estratégia bem-sucedida. “Quase todas as soluções de remoção de carbono são de curto prazo. O pequeno restante vem de combinações de médio prazo ou grandes apostas em soluções de tecnologia de longo prazo”, conta o executivo.

A empresa reconhece que confiar nesses tipos de projetos de conservação é uma “grande fraqueza” em seu projeto. “O mundo precisa inventar soluções baseadas em tecnologia substancialmente mais fortes do que as disponíveis hoje”, completa.

Via: The Verge

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