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O que se combina sentado, não vale em pé

Está máxima dos dirigentes do futebol brasileiro é usada cons­tantemente pelos nossos governantes em todos os níveis. Desde o inicio da pandemia, por incompetência e mal caratismoestão mos­trando que a vida dos pobres não importa.

Quando a pandemia começou no Brasil, o presidente e seus asseclas achavam que era uma gripezinha, e que o isolamento social rigoroso (lockdown), era desnecessário, repudiaram e menospreza­ram os argumentos científicos, que se fossem seguidos evitaria essa mortandade que está acontecendo, e colocaram a vida num confron­to direto com a economia.

A educação básica pública aparece constantemente nas falas azeitadas dos executivos e parlamentares brasileiros, principalmente nas campanhas eleitorais, mas é tudo um jogo de cena para enganar os incautos, pois entra governo e sai governo e a única coisa que muda são as nomenclaturas que renomeiam velhos projetos como se fossem algo novo, e com isso as décadas vão passado e continuamos no mesmo lugar, lugar que essa política canalha quer nos manter acorrentados.

A pandemia ajudou a escancarar os projetos mirabolantes criados pelas secretarias de Educação, que nunca saem do papel, e com isso as escolas públicas inseridas nas periferias pobres continuam sofrendo com a falta de estrutura física e pedagógica, e para aumentar o sofrimento, os alunos destas escolas são culpabilizados pelos seus fracassos.

A suspensão das aulas presenciais ampliou de forma exponencial o abismo que havia entre as escolas, mostrando o atraso tecnológico das redes públicas, e como os mais pobres não estão incluídos de maneira efetiva nas novas tecnologias, ficaram sem acesso, e a apren­dizagem presencial que já era precária se esvaiu.

A qualidade da escola básica pública, por opção, nunca esteve nas prioridades dos governantes, de repente estas autoridades como num passe de mágica voltaram suas preocupações com o longo período que os educandos estão fora do ambiente escolar, e que isso iria trazer prejuízos psicológicos, pedagógicos, e que as crianças es­tariam expostas a violência domestica, e por conta destes argumen­tos, e contrariando o Plano São Paulo e as orientações do Comitê Intersetorial da Secretaria Municipal de Ribeirão Preto querem abrir as escolas na fase laranja e vermelha.

É estranho ouvir este tipo de preocupação, de gente que sempre desprezou as condições de vida das crianças pobres. Os decretos estaduais de 2020 preveem a voltas das aulas somente a partir da fase amarela, com o escalonamento e o ensino hibrido.

O Comitê Intersetorial criado pela prefeitura de Ribeirão Preto, que teve a participação de renomados especialistas na área da saúde pertencentes ao HC (hospital das Clinicas) e USP de Ribeirão Preto, além de todas as orientações do Plano São Paulo, afirmaram que é fundamental a testagem em larga escala, e o rastreamento dos casos para que o ambiente seja mais seguro.

Mas novamente a velha máxima do futebol entrou em ação. O secretario de Educação do Estado de São Paulo, ouvindo o Conselho Estadual de Educação, que é composto por nove conselheiros, sendo seis da iniciativa privada, e três indicados pelo governo, decidiu que as aulas presenciais iriam retornar, mesmo com Estado de São Paulo estando nas fases vermelha e laranja contrariando os decretos do próprio governo de 2020.

Ribeirão Preto, para seguir o mestre, através do prefeito e do seu secretário da Educação, contrariando o documento produzido pelo Comitê Intersetorial, Comitê criado por um Decreto Municipal, resolveram, abraçar a nova decisão do intempestivo e confuso se­cretário estadual de Educação, que não tem a mínima consideração com a escola pública.

A volta das aulas tem que ser um projeto envolvendo todos os interessados, profissionais da educação, pais, alunos e comunidades do entorno da escola, não pode ser uma decisão de técnicos fechados entre quatro paredes, é preciso cumprir a lei – e já está passando da hora!

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