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De torcedor no Pacaembu à final no Maracanã, Lucas Braga realiza sonho no Santos

IVAN STORTI/SANTOS FC

Nascido em São Paulo, Lucas Braga contou com a influência do avô João Braga Neto para se tornar torcedor do Santos. Aquele garoto que acompanhava os jogos no se­tor Tobogã do estádio do Pa­caembu sonhava um dia estar em campo representando seu clube de coração. Foram diver­sas tentativas para tentar virar jogador profissional até que, hoje aos 24 anos, Lucas Braga virou titular do Santos e terá pela frente o maior desafio da carreira, a final da Copa Liber­tadores contra o Palmeiras.

O atacante demorou para despontar no futebol. A cada reprovação em peneira de clu­be, a desconfiança aumentava. “Ele ia para uma escolinha, para outra, fazia testes, não dava certo e voltava meio apa­gadinho, mas eu sempre falava para ele continuar, para pedir a Deus que um dia iria dar cer­to. Quando foi crescendo, todo mundo falava que estava cada vez mais difícil, mas eu con­fiava”, conta a mãe, Nilza, tam­bém santista de coração.

Lucas Braga terminou o terceiro colegial, ajudava o pai, Fabio, a trabalhar na gráfica e jogava na várzea paulista. Ape­nas em 2016, já com quase 20 anos, é que ele ingressou nas categorias de base do J. Ma­lucelli, de Curitiba. Em 2017, integrou o elenco profissional, mas viu o time fechar as portas após ser rebaixado para a se­gunda divisão do Campeonato Paranaense, em razão de uma punição de perda de 16 pontos por escalação irregular.

O atacante, então, deu um passo atrás na carreira e foi para o pequeno Batel de Gua­rapuava. Lá, chamou a atenção do empresário Miguel Calluf, com quem assinou contrato para ser agenciado. Uma con­versa em 2018 entre o agente e José Carlos Peres, então presi­dente do Santos, faria o atacan­te receber a chance que sempre sonhara: ser contratado pelo clube de coração. Naquele ano, ele havia jogado frequente­mente pelo Luverdense.

“Estou realizando meu so­nho e o da minha família”, disse Lucas Braga ao seu empresário após assinar contrato com o Santos no escritório do clube no Pacaembu. “Eu nem sabia que ele era torcedor de arquiban­cada mesmo, só depois que me falou que até já tinha entrado de mão dada com Robinho na Vila Belmiro”, conta o agente.

As primeiras experiências no Santos, porém, foram frus­trantes. Praticamente não rece­beu atenção do técnico Jorge Sampaoli e decidiu disputar a Série B do Brasileiro pelo Cuiabá no segundo semestre de 2019. “Ah, mãe, vou parar”, chegou a lamentar o atacan­te, antes de uma ligação de um ídolo dar novo gás para seguir em frente. “Quando o Elano ligou perguntando se ele tinha interesse em ir para a Inter de Limeira, ele não acreditava, começou a pular”, relembra Nilza.

Depois de disputar o Pau­listão pelo time do interior, o atacante retornou ao Santos. Com um elenco reduzido e sem poder contratar devido à punição da Fifa, o técnico Cuca começou a dar opor­tunidades para Lucas Braga, que estreou em 20 de agosto. O jogador passou a entrar no decorrer da maioria das parti­das e aproveitou o desfalque de Soteldo, que havia contraído coronavírus antes das quartas de final contra o Grêmio, para assumir a titularidade. “O Lu­cas Braga é muito participati­vo, tático”, elogia o treinador.

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