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Sim à vacina

O obscurantismo que desceu sobre a cabeça de alguns dirigentes e sobre a parcela menos esclarecida da população produziu um monstrengo: a ideia de que a vacina nos transfor­mará em jacaré, nos fará falar fino e outras cositas màs, como a fake news de que a vacina mudará em definitivo nosso DNA. Além disto, pregou-se que a vacina não serviria por ser chine­sa, nascida num país sem liberdade, como se a ciência depen­desse da ideologia para criar soluções médicas e sanitárias.

De longa data, a China vem impondo ao mundo sua vocação para grande potência, desenvolvendo tecnologia de ponta. Basta dizer que, quaisquer que sejam os países de ori­gem da vacina, lá existirá, pelo menos, um insumo produzido naquele país asiático. Talvez por desconhecimento, talvez por má fé, existe uma prevenção contra a China, estimulada inclusive pelos altos escalões governamentais, prevenção esta nascida mais da ignorância do que qualquer outra coisa. In­dependente de ser o maior mercado para nossas importações, a China deve ser reconhecida e admirada por todos nós pela sua história e seu desenvolvimento recente. História que, para ser contada, não cabe neste espaço. É bem verdade que o re­gime político ainda é ditatorial, mas, sua economia trará, no futuro, a população para a democracia, se os chineses assim o quiserem. Enquanto isto, o país é um canteiro de obras, a produtividade dos trabalhadores é grande e o desenvolvimen­to tecnológico espantoso.

A prevenção contras as vacinas, hoje uma moda medieval, nascida das profundezas da ignorância, talvez tenha surgido em virtude mesmo do seu sucesso. Desde a descoberta da vacina contra a varíola, vários imunizantes foram acrescidos ao arsenal de manutenção da saúde de todos, tendo mesmo diminuído de tal sorte a incidência de algumas doenças, que muitos pensaram serem elas desnecessárias. Mas, o ressurgi­mento de algumas doenças, como o sarampo, bastante peri­goso, está a exigir que todas as pessoas inteligentes e respon­sáveis defendam a utilização dos imunizantes. O Brasil é um dos maiores produtores de vacinas do mundo e seu sistema de vacinação considerado um dos mais avançados. A exigên­cia de vacinação desde o nascimento, diminuiu a mortalidade infantil e preparou as crianças para uma vida mais saudável no futuro. Conquistas que não podemos perder.

Chegou a hora de nos vacinarmos contra a Covid. Não vamos perder esta chance de combater um vírus desconheci­do, que lançou o mundo na catástrofe. Quanto mais pessoas vacinarmos e no menor tempo, mais rapidamente teremos uma chance neste jogo mortal. Devemos enfrentar mesmo a discussão da obrigatoriedade da vacinação. Se um Estado de Direito tem a obrigação de assegurar a liberdade de cada um dos membros, também este mesmo Estado tem de decidir se os direitos individuais podem se sobrepor ao direito coletivo da saúde e da vida.E embora não possamos obrigar as pes­soas a tomar a vacina, temos o direito de limitar a circulação daqueles que não forem vacinados, como já fazemos com o acesso escolar das crianças, que somente podem se aceitas se apresentarem sua situação vacinal em dia. O mesmo deve ser exigido de todos os adultos, pois a preservação da saúde – bem de todos – não pode ser posta em discussão.

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