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Onde estão as grandes lideranças?

Dizem que as maiores oportunidades surgem nas crises. Também falam que as melhores ideias surgem nas crises. Seguindo o raciocínio, o sucesso ou a capacidade de um líder se mede nas crises. Seja no mundo corporativo ou na política, os grandes líderes são aqueles que enfrentam desafios dos mais variados tamanhos e conseguem superá-los. Eles tomam decisões delicadas e sabem analisar cenários. Olham para o passado e projetam o futuro, mas jamais se esquecem dos seus liderados.

Sem entrar nas preferências políticas, observemos três nomes. Franklin Roosevelt era um diplomata sem grande experiência militar e preso a uma cadeira de rodas em razão de poliomielite na idade adulta. Joseph Stalin nunca foi soldado e foi dispensado do exército na Primeira Guerra Mundial por incapacidade física. Winston Churchill era excêntrico, comilão, pintava quadros e recitava poemas em momentos inadequados.

Todos superaram dificuldades, preconceitos e transformaram desvan­tagens em vantagens. São reconhecidos por liderar suas nações durante os conflitos mundiais. Podemos incluir um quarto, Napoleão Bonaparte (1769-1821). Militar, líder político e imperador dos franceses. Dizem que ele classificava seus soldados em quatro tipos de pessoas. Os inteligentes com iniciativa; os inteligentes sem iniciativa; os ignorantes sem iniciativa e os ignorantes com iniciativa.

Na hora de distribuir funções ele nomeava como generais e estrategistas os inteligentes com iniciativa. Os inteligentes sem iniciativa, eram nomeados oficiais que recebiam ordens superiores para cumpri-las com diligência. Já os ignorantes sem iniciativa eram colocados na frente de batalha, eram as verdadeiras “buchas de canhão”. Quanto aos ignorantes sem iniciativas, Napoleão não os queria em seus exércitos.

Atualmente o que mais encontramos são os ignorantes com iniciativa. Eles são capazes de cometer as maiores besteiras e depois não assumem. Falam o que não podem, fazem o que não devem e depois dizem que não sabiam o que estavam fazendo ou que não era bem aquilo que queriam falar. Eles conseguem destruir boas iniciativas, estragar projetos interessantes ame­açam a prosperidade e desenvolvimento de governos e empresas.

Com a eleição do atual presidente, muitos comemoraram a presença de generais que com inteligência, estratégia e iniciativa fariam grandes transformações no país. Lamentavelmente não é isso que observamos. Um exemplo claro é no Ministério da Saúde. Ao tratar o combate ao coronaví­rus como uma guerra, encontramos um especialista em logística que não conseguiu garantir que os serviços de saúde tenham insumos básicos como agulhase seringas.

Enquanto 52 países já estão vacinando suas populações, estamos esperando o tal“dia D, na hora H”. Para piorar em pleno colapso do sistema de saúde em Manaus, onde falta até oxigênio, apresentam como solução o “tratamento precoce” a base de medicamentos sem eficácia cientificamente comprovada no combate à doença. Enquanto isso nossos profissionais da linha de frente estão exaustos e desanimados. Já temos 8.324.294 casos e voltamos a contabilizar mais de mil mortos por dia, totalizando 207.095.

Os discursos deixam transparecer que muitos estão mais preocupados em garantir a primeira foto ou a manchete da primazia na vacinação do que o próprio ato em si. Na guerra de vaidades e propaganda, comenta-se que o atraso na partida do Airbus que buscará as vacinas na Índia pode ter ocorrido porque foram adesivar a fuselagem com frase e logo da campanha de imunização do governo federal.

Temos um grande deserto para atravessar e não sabemos quem nos conduzirá. Lamentavelmente a pandemia chegou no momento em que mais procuramos e não encontramos grandes líderes. Um mundo que conheceu Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela eAbraham Lincoln­convive na mediocridade política, inclusive daqueles que tanto usam o nome de Cristo, mas se posicionam como Pôncio Pilatos.

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