A produção industrial cresceu em dez dos 15 locais pesquisados na passagem de outubro para novembro, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em São Paulo, maior parque industrial do país, houve um avanço de 1,5%.
Os demais aumentos ocorreram na Bahia (4,9%), Rio Grande do Sul (3,8%), Amazonas (3,4%), Região Nordeste (2,9%), Santa Catarina (2,8%), Ceará (1,7%), Rio de Janeiro (1,6%), Paraná (1,2%) e Minas Gerais (0,6%). Houve perdas no Pará (-5,3%), Mato Grosso (-4,3%), Pernambuco (-1,0%), Espírito Santo (-0,9%) e Goiás (-0,9%). Na média global, a indústria nacional avançou 1,2% em novembro ante outubro.
A produção industrial já superou o patamar de fevereiro, no pré-pandemia, em oito dos 15 locais pesquisados. Em novembro, a produção industrial nacional operava 2,6% acima do pré-pandemia. Em São Paulo, o maior parque fabril do país, a produção rodava 6,0% além do nível de fevereiro.
Os demais locais com ganhos em relação a fevereiro foram Amazonas (com produção 14,9% superior ao pré-pandemia), Santa Catarina (9,5%), Ceará (7,5%), Minas Gerais (6,2%), Paraná (5,9%), Rio Grande do Sul (5,2%) e Pernambuco (1,8%).
Os sete locais ainda com perdas em novembro ante o patamar de fevereiro foram Nordeste (-0,4%), Goiás (-1,8%), Bahia (-2,6%), Pará (-4,5%), Rio de Janeiro (-4,9%), Mato Grosso (-10,3%) e Espírito Santo (-11,8%). Em outubro, havia nove locais acima do patamar pré-pandemia.
Em novembro, o Pará deixou o grupo que contabilizava ganhos desde fevereiro, após três meses seguidos de perdas na produção industrial regional, apontou Bernardo Almeida, gerente da pesquisa do IBGE. Já a produção industrial paulista superou o patamar de fevereiro, no pré-pandemia, mas ainda opera 17,2% abaixo do pico alcançado em março de 2011.
O parque fabril de São Paulo responde por cerca de um terço de toda a produção industrial nacional. A indústria local cresceu 1,5% em novembro ante outubro. “Esse crescimento pode ser atribuído ao setor de veículos, principalmente, e, secundariamente, também ao setor de máquinas e equipamentos”, aponta Bernardo Almeida.
Em novembro, a produção paulista já estava 6,0% acima do nível de fevereiro, no pré-pandemia. Em relação a novembro de 2019, a indústria de São Paulo cresceu 4,7%, a terceira alta consecutiva. Nesse tipo de comparação, houve crescimento em 14 das 18 atividades industriais locais. Não houve influência do efeito calendário, uma vez que o mês de novembro de 2020 teve o mesmo número de dias úteis que novembro do ano anterior, ressalta Almeida.
“A base de comparação do ano anterior não era uma base de comparação alta. Lembrando que o ritmo de produção antes da pandemia era de incertezas, como ainda é, com desemprego alto, número de contratações baixo, tomadas de decisões cautelosas. Tudo isso gerou uma certa cautela na cadeia de produção nesses setores e trouxe para esse ano de 2020 a mesma influência. A pandemia acentuou esse sentimento”, avalia.
O pesquisador ressalta que tanto a indústria paulista quanto a nacional permanecem consideravelmente aquém dos patamares mais elevados já registrados na série histórica da pesquisa do IBGE. “Não é retomada. A indústria ainda caminha num passo gradual, num passo cautelar, justamente pelas incertezas de toda essa conjuntura ainda a se desdobrar”, diz .