Tribuna Ribeirão
Economia

Ford encerra sua produção no Brasil

DIVULGAÇÃO/FORD

A montadora Ford anun­ciou nesta segunda-feira, 11 de janeiro, que fechará suas fábricas no Brasil. Serão fe­chadas as plantas de Cama­çari (BA) e Taubaté (SP). Será mantida apenas por alguns meses a produção de peças para suprir o estoque de pós-venda. A fábrica da Troller, em Horizonte (CE), será fechada no último tri­mestre de 2021.

A decisão afeta direta­mente 5,3 mil pessoas em­pregadas pela montadora nas três fábricas que estão sendo desativadas. O maior contin­gente está na fábrica de Ca­maçari, onde 4,06 mil traba­lhadores estão envolvidos na produção dos modelos EcoS­port e Ka e motores, além de áreas administrativas. Em Taubaté, onde são produzi­dos motores e transmissões, são mais 830 funcionários, que se somam a 460 traba­lhadores da fábrica dos jipes Troller em Horizonte (CE).

Os números são de traba­lhadores empregados direta­mente pela Ford. Não incluem, portanto, os empregados de fornecedores de peças da montadora, que também são afetados pela medida. A de­cisão terá impacto financeiro de aproximadamente US$ 4,1 bilhões em despesas não re­correntes. Deste total, cerca de US$ 2,5 bilhões terão impacto direto no caixa do grupo ame­ricano, sendo, em sua maioria, relacionados a compensações, rescisões, acordos e outros pa­gamentos.

Outros US$ 1,6 bilhão de­correm de impacto contábil atribuído à baixa de créditos fiscais, depreciação acelera­da e amortização de ativos fixos. Segundo a Ford, cerca de US$ 2,5 bilhões entram no balanço de 2020 e US$ 1,6 bilhão nas demonstrações fi­nanceiras de 2021. O merca­do nacional será abastecido com veículos produzidos, principalmente, na Argenti­na e no Uruguai, países cujas operações da empresa não serão afetadas.

A montadora encerra­rá as vendas dos modelos EcoSport, Ka e T4 assim que terminarem os estoques. A empresa manterá apenas o Centro de Desenvolvimen­to de Produto, na Bahia; o Campo de Provas, em Tatuí (SP); e sua sede regional em São Paulo. A justificativa é a crise gerada pela pandemia que atinge o mundo desde o início de 2020.

Segundo a Ford, a pan­demia da covid-19 “amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”. “A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a cria­ção de um negócio saudável e sustentável”, disse Jim Farley, presidente e CEO da Ford.

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