Pelo sétimo mês seguido, a produção da indústria nacional cresceu frente ao mês anterior, com alta de 1,2% em novembro contra outubro. Entretanto, de janeiro a novembro de 2020, o setor registrou perda de 5,5%. No acumulado em doze meses, a queda foi de 5,2%.
Mesmo com o desempenho positivo recente, a produção industrial ainda se encontra 13,9% abaixo do nível recorde, alcançado em maio de 2011. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desta sexta-feira, 8 de janeiro.
A produção industrial cresceu em 16 dos 26 setores pesquisados. Na média global, a indústria avançou 2,8%. O setor acumula 40,7% de crescimento em sete meses, resultado mais do que suficiente para recuperar a perda de 27,1% registrada em março e abril. A indústria opera 2,6% acima do nível de fevereiro, pré-pandemia. A produção está no nível mais elevado desde dezembro de 2017.
Os sete meses seguidos de crescimentos consecutivos formam a maior sequência de resultados positivos desde o período que se estendeu de janeiro de 2009 a janeiro de 2010, quando a indústria acumulou 13 meses de taxas positivas, passado o pior momento do impacto da crise financeira internacional. O levantamento mostra ainda que, em relação a novembro de 2019, a indústria avançou 2,8%.
Todas as grandes categorias tiveram alta frente a outubro, com destaque para bens de capital (7,4%) e bens de consumo duráveis (6,2%), que apresentaram as maiores taxas positivas. É o sétimo mês seguido de expansão na produção em ambas as áreas, com acúmulo de 129,7% na primeira e 550,7% na segunda.
As duas categorias estão acima do patamar pré-pandemia de covid-19: 12,2% e 2,7%, respectivamente. Ainda na comparação com outubro, bens de consumo semi e não duráveis (1,5%) e bens intermediários (0,1%) também cresceram em novembro, revertendo as quedas de 0,1% e 0,4%, respectivamente, no mês anterior.
O setor de veículos automotores, reboques e carrocerias segue sendo a maior influência da indústria nacional. Com a alta de 11,1% apresentada em novembro frente a outubro, a atividade, após quedas nos meses críticos da pandemia, acumula expansão de 1.203,2% em sete meses consecutivos, superando em 0,7% o patamar de fevereiro.
De acordo com o instituto, o crescimento do setor também se reflete em outros ramos, já que a produção de veículos influencia atividades como metalurgia, com estímulo da produção de aço, e outros produtos químicos, área que engloba tintas de pintura, por exemplo. Ambas tiveram alta em novembro, de 1,6% e 5,9%, respectivamente.
Outras atividades que deram contribuições positivas ao resultado de novembro foram confecção de artigos do vestuário e acessórios (11,3%), máquinas e equipamentos (4,1%), impressão e reprodução de gravações (42,9%), couro, artigos para viagem e calçados (7,9%), bebidas (3,1%), produtos de metal (3,0%) e outros equipamentos de transporte (12,8%).
Entre as nove atividades que tiveram queda em novembro, os principais impactos negativos foram produtos alimentícios (-3,1%), com redução de 5,9% em dois meses consecutivos de queda, eliminando a expansão de 4% registrada entre julho e setembro; indústrias extrativas (-2,4%), com o terceiro mês seguido de queda na produção, com perda acumulada de 10,4%; e produtos farmoquímicos e farmacêuticos, queda de 9,8%, interrompendo dois meses de resultados positivos consecutivos.