A Promotoria de Justiça da Saúde Pública de Ribeirão Preto cobra da Secretaria Municipal de Saúde e do 13º Departamento Regional de Saúde (DRS XIII), que abrange 26 municípios, a deflagração do Plano de Contingência visando à ativação de leitos destinados ao tratamento de pacientes com covid-19.
Em ofícios expedidos na quinta-feira, 7 de janeiro, e endereçados ao secretário municipal de Saúde, Sandro Scarepleini, e à diretora do DRS XIII, Adriana Ruzene, o promotor Sebastião Sérgio da Silveira argumenta que houve uma rápida ocupação das vagas destinadas aos pacientes acometidos de covid-19, sendo que os leitos de terapia intensiva já mostravam ocupação superior a 80%.
No expediente, o membro do MPSP argumenta que, além dos riscos de colapso do sistema assistencial, os elevados índices de ocupação de leitos podem causar outros prejuízos ao município e à região, incluindo a regressão de fase no Plano São Paulo, com a paralisação de atividades econômicas.
Além de recomendar a ativação de leitos, o representante do Ministério Público de São Paulo (MPSP) requer informações sobre a programação e o limite de ativação dos leitos, com vistas à adoção de eventuais providências por parte do Ministério Público, caso o plano não atenda às expectativas da instituição.
Segundo o secretário Sandro Scarpelini, além de reativar o Polo Novo Coronavírus (Covid-19) a partir de terça-feira (12), Ribeirão Preto vai abrir mais 36 leitos de UTI nos próximos dias – 15 no Hospital Santa Lydia, seis na Santa Casa, cinco na Beneficência Portuguesa e dez em convênio com hospitais particulares.
Ribeirão Preto permanecerá na fase amarela do Plano São Paulo até 5 de fevereiro, segundo atualização do Plano São Paulo anunciada nesta sexta-feira (8), mas toda a região do DRS XIII pode regredir para a laranja e até para a vermelha a qualquer momento, caso os indicadores melhorem ou piorem.
Para que uma região possa ascender ou retroceder de fase, o Centro Estadual de Contingência da Covid-19 avalia a taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva, internações e óbitos por 100 mil habitantes e incidência de casos de coronavírus, óbitos e internações.
Às 18 horas desta sexta-feira (8), a ocupação de leitos de terapia intensiva estava em 89,3% em Ribeirão Preto – havia pacientes em 100 das 112 vagas. Na enfermaria, a taxa era de 57% no mesmo horário, com 99 das 163 vagas ocupadas. O número de leitos é variável, muda a cada dia de acordo com a necessidade.
Depois de atingir 100% de ocupação na quinta-feira (7), nas unidades Campus e de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (HCFMR/USP), estavam com 87% dos leitos de terapia intensiva ocupados no mesmo horário desta sexta-feira.
Segundo a plataforma, as duas unidades do HC reduziram o número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de 89 para 40, depois para 20, caiu para 15, saltou para 18 e ontem subiu para 23, sendo que 20 estavam ocupados. Na enfermaria caiu de 52 para 33 leitos e abrigava onze pacientes com quadro menos grave da covid-19, ou 33,3% de ocupação.
Na terça-feira (5), o deputado federal Ricardo Silva (PSB-SP) pediu oficialmente para que o HC de Ribeirão Preto tenha mais 25 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento de pacientes com covid-19. O parlamentar esteve no Ministério da Saúde e recebeu a garantia de que os leitos serão liberados.
Ricardo Silva teve uma audiência com o assessor especial do Ministério da Saúde, Airton Cascavel, que é o número dois em comando na pasta. No encontro, foi informado que os leitos serão liberados assim que o HC realizar o cadastramento oficial do pedido no sistema do Ministério da Saúde.
A audiência em Brasília ocorreu após o superintendente do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Benedito Maciel, encaminhar um ofício ao deputado federal ribeirão-pretano pedindo a intervenção para que os novos leitos sejam disponibilizados.