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Ciência e Tecnologia

Signal: Elon Musk versus WhatsApp faz aplicativo ganhar usuários; entenda

O aplicativo Signal, considerado um dos mensageiros mais seguros disponíveis hoje, viu o número de usuários subir consideravelmente nos últimos dias. Acredita-se que há dois motivos que contribuíram para isso: Elon Musk, CEO da Tesla, e o WhatsApp.

O bilionário fez uma postagem no Twitter em que criticava o Facebook frente à invasão do Capitólio dos Estados Unidos, ocorrida na quarta (6). A principal reclamação do empresário é que a rede social “ajudou” a multidão a se organizar online antes do acontecido.

“Isso se chama efeito dominó”, diz tuíte postado pelo empresário

A imagem usada mostra uma série de dominós de tamanhos diferentes. É uma alusão ao crescimento do Facebook – do site usado para classificar mulheres do campus da Universidade de Harvard à maior rede social do mundo, com 2,6 bilhões de usuários – que, de uma forma ou outra, ajudou a facilitar o ataque ao Congresso.

Algum tempo depois, apesar de não citar necessariamente o WhatsApp e o Facebook, Elon Musk recomendou que seus seguidores baixassem o Signal – provavelmente para substituir o mensageiro de Mark Zuckerberg.

A propaganda de Musk parece ter sido bastante efetiva para os seus 41,6 milhões de seguidores. Horas depois, o próprio Signal, em uma postagem em sua conta oficial do Twitter, disse que os códigos de verificação para novas contas estavam demorando mais que o normal para chegar aos aparelhos dos usuários por conta da alta demanda.

Além de ter sido divulgado por Elon Musk, o Signal também foi citado por Edward Snowden, ex-analista da NSA e responsável por divulgar informações sobre esquemas de espionagem realizadas pelo governo norte-americano. Ele, que é um grande defensor do app, retuitou a mensagem do CEO da Tesla e marcou a conta oficial do aplicativo.

“Este é o Signal, para aqueles que não falam com Elon”, tuitou Snowden

Envolvimento indireto do WhatsApp

Quanto ao segundo motivo, as coisas são um pouco mais complicadas do ponto de vista da privacidade. Junto de uma nova política de privacidade, que entra em vigor em 8 de fevereiro, o mensageiro não dá opção para que os utilizadores declinem as mudanças.

A partir do dia citado, para utilizar o WhatsApp, os usuários terão que aceitar obrigatoriamente compartilhar dados com o Facebook. Por isso, a nova política descreve como o mensageiro compartilhará informações com a rede social de Zuckerberg.

“Como parte das Empresas do Facebook, o WhatsApp recebe e compartilha dados com as demais Empresas do Facebook. Podemos usar os dados fornecidos por essas empresas, e essas empresas podem usar os dados compartilhados por nós para nos ajudar a operar, executar, aprimorar, entender, personalizar, dar suporte e anunciar nossos Serviços e as ofertas”, descreve a nova política de privacidade.

Vale lembrar que, segundo o Facebook, essas mudanças devem abordar apenas o compartilhamento de dados entre o Facebook e o WhatsApp no que diz respeito às mensagens trocadas com empresas, e que nada muda em relação aos bate-papos privados do consumidor.

Em um comunicado emitido, a empresa deixa claro que, para “aumentar a transparência, o WhatsApp atualizou suas Políticas de Privacidade para que descrevam que, daqui para a frente, as empresas podem optar pelos serviços seguros de hospedagem do Facebook para ajudar no gerenciamento das comunicações com seus clientes no WhatsApp”.

“Esta atualização não muda as práticas de compartilhamento de dados entre o WhatsApp e o Facebook, e não impacta como as pessoas se comunicam de forma privada com seus amigos e familiares em qualquer lugar do mundo. O WhatsApp permanece totalmente comprometido com a proteção da privacidade das pessoas”, completa a mensagem.

Mesmo assim, toda a situação envolvendo Elon Musk criou o ambiente perfeito para que usuários migrem para outros serviços. Como o Signal promete mensagens criptografadas e não pertence à maior rede social do planeta, parece um forte candidato para substituir o WhatsApp.

Via: The Verge

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