A vacina de Oxford, que teve nesta sexta-feira (8) o pedido de uso emergencial protocolado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pode ter sua dosagem alterada a fim de alcançar o maior número de pessoas no menor espaço de tempo possível.
De acordo com a Folha de S. Paulo, a vacina, que foi trazida ao Brasil em acordo com o governo federal e será produzida localmente em parceria entre a AstraZeneca e a Fiocruz, deverá ser aplicado com um intervalo maior entre as doses, com três meses entre a primeira aplicação e a segunda, visando aumentar a cobertura vacinal mais rapidamente enquanto o volume de doses for escasso.
Também se estuda, segundo a publicação, a utilização de uma dose única em vez de dupla, caso seja considerado necessário, para maximizar o número de pessoas atingidas.
O intervalo de três meses já é mais do que os ensaios clínicos projetavam inicialmente. A vacina de Oxford foi inicialmente testada com a segunda dose aplicada 28 dias após a primeira, então a ampliação para três meses já é uma forma de maximizar a vacinação em um primeiro momento.
Segundo a Fiocruz, a vacina já oferece uma boa proteção mesmo com a aplicação de uma única dose. A fundação defende uma eficácia de 73% após a primeira dose, o que seria um patamar aceitável, especialmente considerando que permitia o dobro de vacinados. No entanto, em entrevista à CNN Brasil, Marco Krieger, vice-presidente da fundação, afirma que o reforço permite uma imunidade muito mais robusta; com a aplicação com três meses de diferença, “o nível da resposta imunológica aumentou em sete vezes”, declarou ele.
O ministro da Saúde Eduardo Pazuello também deu a entender, em coletiva na quinta-feira (7), que a dose única é uma estratégia interessante pensando no controle da pandemia. Ele diz que o Brasil deve receber 102,4 milhões de doses da vacina de Oxford no primeiro semestre e mais 100 milhões no segundo, o que possibilitaria a vacinação de praticamente toda a população, em patamares superiores às estimativas de necessidade da imunidade de rebanho.
Apesar da declaração de Pazuello, o Ministério não confirma o plano, apesar de afirmar que “analisa todos os cenários”. A pasta informa que os estudos até o momento não têm uma conclusão se a dose única é realmente capaz de sustentar uma proteção de longo prazo.
Via Olhardigital