Ainda que em 2020 tenhamos vivido situações atípicas, os criminosos não deixaram de atuar. O jornal Tribuna registrou inúmeras matérias sobre apreensões de drogas, furtos, roubos e homicídios, entre outros.
Assim como os já mencionados, as ocorrências de feminicídio foram recorrentes neste ano. Em 2020, houve, inclusive, crimes ambientais, com incêndios criminosos sendo provocados pela população.
– Idosa esfaqueada
A aposentada Ana Silvia de Almeida Lorenzato Andrião, de 65 anos, foi esfaqueada pelo administrador de empresas Eduardo Liboni Sella, de 36 anos, na manhã do dia 4 de janeiro, em uma praça da zona Sul de Ribeirão Preto.
Na oportunidade, Ana deu “bom dia” para Eduardo ao se cruzarem na rua. Posteriormente, ele tirou uma faca da mochila e desferiu 12 golpes contra a idosa.
Ana conseguiu pedir socorro e foi levada até o Hospital Santa Casa, onde permaneceu internada por 10 dias, mas não resistiu aos graves ferimentos sofridos.
Eduardo foi localizado e detido. A defesa do autor alegou que ele sofre de esquizofrenia paranoide.
– Transexual morta
A transexual Alice Garrefa, de 25 anos, foi encontrada morta, no dia 9 de agosto, no Rio Piracicaba, em Americana (à cerca de 200 Km de Ribeirão Preto).
De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), o corpo foi localizado boiando no rio. Antes de sua localização, a jovem esteve desaparecida desde o dia 3 daquele mesmo mês.
Posteriormente, o corretor de seguros José Martins Ayres Júnior, de 55 anos, virou réu pelo assassinato da maquiadora. O homem, que residia em Florianópolis (SC), teve um relacionamento com Alice e já a teria ameaçado de morte.
Segundo boletim de ocorrência registrado no dia 4 de agosto, o suposto companheiro teria marcado um encontro com a jovem em um motel de Ribeirão Preto. A investigação da polícia levantou que José teria contratado uma pessoa para marcar esse encontro com a vítima, sem que ela soubesse da presença do suspeito.
Alice aceitou o convite e ficou cerca de 10 minutos com ele dentro do estabelecimento. Após o encontro, ela saiu em um carro e não foi mais vista até seu corpo ser encontrado.
– Desaparecimento Wesley
Desde o dia 28 de agosto, Wesley Pires Alves Filho, de 13 anos, está desaparecido. O adolescente saiu da casa dos pais, no Jardim Aeroporto I, em Franca, dizendo que iria até um varejão, mas não foi mais visto.
Durante as investigações, câmeras de segurança flagraram o momento em que o adolescente sai de casa e percorre por alguns bairros da cidade. O último registro teria mostrado o menino na Rodovia Rona- Rocha.
Diante das incertezas e pistas que não resultaram na localização do garoto, a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Franca traçou um perfil psicológico do adolescente, para entender o motivo pelo qual ele teria fugido e não queria voltar. Hipótese essa em que a Polícia se baseia.
Camila Pedroso de Oliveira Alves, mãe do adolescente, fez vários apelos nas redes sociais em busca do filho. Próximo a completar dois meses do desaparecimento de Wesley, o jornal Tribuna conversou com Camila, que se mostrava de mãos-atadas diante da situação.
“Vai completar dois meses que eu não tenho notícia, não tenho uma imagem que prove onde meu filho está. Eu não tenho mais onde procurar, eu não tenho mais o que fazer”, comentou Camila.
Atualmente, já faz quatro meses que Wesley está desaparecido, até o momento, não há pistas concretas de seu paradeiro.
– Incêndio criminoso
Em uma sexta-feira, no dia 18 de setembro, um incêndio criminoso atingiu uma área de cana-de-açúcar, APP e vegetação nativa, localizada próxima à Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, o Anel Viário Sul, em Ribeirão Preto.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, na oportunidade, foram encaminhadas ao menos seis equipes para o combate das chamas. O clima seco e a alta temperatura podem ter auxiliado para que o fogo se espalhasse.
Diante da magnitude do incêndio, as chamas se aproximaram de condomínios daquela região e chegaram a causar pânico nos moradores.
Por conta da gravidade do incêndio, o Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema) de Ribeirão Preto solicitou a abertura de um inquérito policial para investigar a autoria do início das chamas. De acordo com a promotora Cláudia Habib, do Gaema, a Polícia Ambiental e o Corpo de Bombeiros informaram que o incêndio tinha todas as características de ter sido criminoso.
Em entrevista ao Tribuna, a promotora comunicou, ainda, que este crime pode acarretar pena de dois há quatro anos de reclusão, além da reparação do dano e de uma multa administrativa proporcional a extensão do incêndio. “São vários desdobramentos em relação à fauna, à flora e à saúde pública”, comunicou Cláudia.
– Feminicídio em Sertãozinho
No dia 21 de dezembro, Claudineia Maria da Silva, de 38 anos, foi morta pelo ex-companheiro, Job Luiz de Melo, de 61 anos, no bairro Ouro Preto, em Sertãozinho. Após o crime, o autor cometeu suicídio.
A vítima foi morta com golpes de martelo e de faca. O crime teria sido presenciado pelos filhos de Claudineia, que são crianças.
Segundo informações da Polícia Militar, as crianças acionaram os agentes, que encontraram Claudineia e Job já sem vida. O autor já contava com passagens pela polícia, incluindo dois homicídios.
Na ocasião, foi aberto um inquérito policial que irá investigar a motivação do crime.