Tribuna Ribeirão
Geral

Larga Brasa

Na Favela do Dito Cabrito
O povo de Ribeirão Preto sempre foi solidário. Quando cha­mado a ajudar não mede esforços para que os mais necessi­tados obtenham o que precisam na emergência. Em inúmeras oportunidades esta solidariedade foi colocada à prova em mo­mentos de catástrofes e de necessidade de amparo aos mais distantes, como a campanha que uniu todas as rádios, TVs, religiões e classes sociais para socorrer o povo do Nordeste que estava em situação de penúria e clamando por ajuda de todos os estados do país. A nossa cidade se disse presente com uma campanha que marcou época e que foi denominada de “Muita Lagrima Já Rolou, mas o Nordeste Continua Seco”. Inúmeras carretas e caminhões trucados foram encaminha­dos para o Ceará com acompanhamento do Exército para que não se desviasse o fruto da bondade de nosso povo. E os ce­arenses receberam as dádivas enviadas em todos os rincões daquelas terras.

Senhoras Solidárias
Um grupo de senhoras anualmente às vésperas do Natal se reunia, arrecadava donativos das amigas, fazia chás benefi­centes, sorteios e jantares conseguindo angariar fundos para a compra de presentes. Muitas delas se vestiam de “Mamães Noel”, juntavam seus carros e escolhiam uma favela para a distribuição do arrecadado. Naquele ano resolveram com co­ragem visitar uma favela que era dominado por um cidadão conhecido por “Dito Cabrito”. Diziam que ele explorava os po­bres e oprimidos da Vila Elisa, perto da Lagoa da Candinha. Todas vestidinhas como “Mamãe Noel” foram ao local, sem aviso, na boa vontade. Ao adentrarem nas vielas tortuosas e barrentas foram abordadas por um grupo de marginais que deu “Voz de Assalto’, o que as deixou aterrorizadas. Não havia celular na época, mas eles levaram as bolsas com carteiras com dinheiro, todos os presentes que seriam distribuídos para as crianças e tiraram peças dos carros que ficaram parados sem condições de uso. Houve um choro só, com orações e pedidos de socorro em local ermo e sem qualquer infraestru­tura de segurança. Os bandidos roubaram até as roupas de “Mamães Noelas”.

Garoto sem presente
Um garoto que ficaria sem seu presente pela ação ousada e cruel dos bandidos, se esgueirou pelos matos da região e chegou a um dos telefones públicos, dos poucos que funcio­navam. Ligou para a polícia. Rapidamente a Rádio Patrulha chegou, mas os marginais já haviam desaparecido. Os po­liciais ficaram tristes com a situação das crianças pobres e desamparadas. Se propuseram a ajudar a comprar mais al­guns presentes e comboiar as bondosas senhoras para uma redistribuição. Assim foi feito. Na mesma hora as senhoras se cotizaram e compraram outros presentes. Na emergência e mantiveram a distribuição com o auxilio dos policiais mi­litares. A satisfação das crianças era patente no sorriso de quem pouco ou nunca teve nada e às vésperas do Natal. Não foi o Papai Noel, foram as “Mamães Noel” junto com Policiais Militares que as socorreu quando estavam sendo vitimas de assalto. Não se tem notícia dos bandidos, mas corre o boato quem um “disciplina” tomou conta de dar um corretivo. Não sabemos quem é tal elemento, mas dizem que era respeitado.

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