Tribuna Ribeirão
Saúde

Vacinação começa cinco dias após aval da Anvisa

© CHROMORANGE / Matthias Stolt/Direitos reservados

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nes­ta terça-feira, 15 de dezem­bro, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o início da vacinação contra a covid-19 no país deve começar em até cinco dias após a aprovação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sani­tária (Anvisa) e a entrega do produto ao estoque do Mi­nistério da Saúde.

Até o momento, nenhum dos laboratórios que desenvol­vem a vacina pediu autoriza­ção da Anvisa para comerciali­zação. A informação consta no documento enviado pela AGU ao Supremo após o ministro Ricardo Lewandowski pedir que a data para o início da va­cinação fosse informada pelo Ministério da Saúde.

De acordo com o docu­mento, o ministério prevê que a fase inicial da vacina­ção, destinada a quatro gru­pos prioritários, será de qua­tro meses. Serão necessários 30 dias para a conclusão da vacinação de cada grupo. Na previsão, o prazo estimado para vacinação da população em geral é de doze meses.

O prazo vai depender da quantidade de vacinas entre­gue pelos laboratórios. Atu­almente, as vacinas dos labo­ratórios AstraZeneca, Jansen, Sinovac e Pfizer estão na tercei­ra fase de testes, que antecede o pedido de registro na Anvisa. “Por fim, é importante lembrar que, até o presente momento, ainda não há uma vacina dis­ponível para uso imediato no mercado brasileiro, o que, por evidente, é condição para imediata disponibilização da vacina”, diz o documento.

“Ademais, a incorporação de uma vacina no Calendário Nacional de Vacinação depen­derá da aprovação do imu­nobiológico pela Anvisa, por processo de submissão regular ou emergencial”, informa. Na sexta-feira (11), a gestão Jair Bolsonaro enviou o plano à Corte sem prever datas nem quais imunizantes vai usar em cada grupo.

O Ministério da Saúde apresenta como “garantidas” 300 milhões de doses de va­cinas – 180 milhões viriam do acordo com a Oxford e a AstraZeneca, 42 milhões pelo Covax, iniciativa da Organiza­ção Mundial da Saúde (OMS), e 70 milhões viriam da Pfizer, ainda em negociação.

No trecho em que lista as vacinas “já garantidas”, o go­verno não cita a Coronavac, desenvolvida pela chinesa Si­novac e o Instituto Butantan, ligado ao governo paulista de João Doria (PSDB), rival polí­tico de Bolsonaro. Mas o pla­no afirma que haverá “crédito extraordinário para aquisição de toda e qualquer vacina que adquira registro de forma emergencial ou regular que apresente eficácia e segurança”.

Bolsonaro prepara medida provisória de R$ 20 bilhões para comprar e centralizar a distribuição de vacinas. O plano não tem datas, mas con­templa na primeira fase idosos de 75 anos e mais, profissionais de saúde, idosos de 60 ou mais em residência de longa perma­nência e indígenas.

Nas demais etapas, estão pessoas de 60 a 74 anos, in­divíduos com comorbidades, professores, trabalhadores de segurança e salvamento, e de prisões. Não há previsão sobre o resto da população. Segundo a pasta, o plano será apresen­tado nesta quinta-feira (17) e poderá “sofrer modificações” durante a sua implementação.

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