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#TribunaRibeirao25Anos – O primeiro hospital de Ribeirão Preto

FOTOS: ALFREDO RISK

A Santa Casa de Miseri­córdia de Ribeirão Preto foi fundada em 1896 e desde então se tornou importante e essencial na cidade com sua prestação de serviços. Nesta semana a entidade é aborda­da no especial #TribunaRi­beirão25Anos.

Com o objetivo de aten­der a população carente da cidade e sem fins lucrativos a Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto foi criada a partir de uma ideia trazida de Portugal. Não há uma data precisa, mas estima-se que foi fundada em 1896 como “Sociedade Beneficente de Ribeirão Preto”. Os primei­ros atendimentos foram rea­lizados num simples casarão onde os pacientes recebiam acomodações.

A cidade e a população cresceram. O casarão ficou pequeno, então um amplo terreno foi doado pela Pre­feitura para ampliação da Sociedade Beneficente. No entanto, o projeto que, con­templava diversos aparelhos da medicina moderna e pre­enchia os requisitos que uma instituição hospitalar precisa ter para salvar vidas, foi cons­truindo apenas parcialmente e logo ficou defasado.

Entidade hoje tem média mensal de 18.000 atendimentos, 1.600 internações e 800 cirurgias, 1500 atendimentos na Unidade de Urgência e Emergência

As soluções só começa­ram em 1902 com a chega­da do Padre Euclides Gomes Carneiro que assumiu a Pro­vedoria da Sociedade Benefi­cente e procurou ajuda. Con­seguiu 30 contos – doados pelo dono da famosa fazenda Monte Alegre, o Rei do Café – e em seguida, trouxe as Ir­mãs Salesianas para dirigir a Sociedade, que em 1910 rece­beu a denominação de Santa Casa de Misericórdia.

Padre Euclides dirigiu a Instituição até 1915 e as Ir­mãs Salesianas ficaram até 1938, quando foram substi­tuídas pelas Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus.

Em 03 de outubro de 1915, Dr. João Leopoldo da Rocha Fragoso assumiu a provedoria e no ano seguinte reiniciou a obra paralisada, transformando o prédio em dependências do hospital, iniciado pelo Padre Euclides.

Com a mudança do Dr. Rocha Fragoso para São Pau­lo, Dr. Afonso de Moraes foi eleito provedor e em 1918, e através de uma procuração, transferiu o cargo ao Dr. An­tônio Carlos Tinoco Cabral.

Fachada antiga da Santa Casa que foi restaurada

Até 1923 foram constru­ídos dois Pavilhões, a resi­dência das Irmãs Salesianas e o outro, o famoso Pavilhão Pereira Barreto. Em 1935, foi inaugurada a Escola de Enfermagem da Santa Casa, idealizada pelo médico Wal­demar Rosa dos Santos, e em 1936 foi criada a Associação Médica – órgão responsável pela representação política dos médicos da Santa Casa.

Tinoco Cabral deixou a provedoria e o senhor Daniel Kujawski assumiu em 1938. Seu sucessor em 1939 foi Dr. José Carlos Senna. Período em que foi concluído o Pavi­lhão Tinoco Cabral e a Santa Casa recebeu o Abrigo Ana Diederichsen, doado pelo be­nemérito Antônio Diederich­sen. O hospital era constituí­do de doze pavilhões com dez enfermarias, vinte e quatro quartos e dois apartamentos.

Senna mudou-se para o Rio de Janeiro e foi substituí­do pelo sócio mais antigo da Santa Casa, Professor Antonio Rodrigues da Silva, 1951. Na sua gestão, em 1967, foi inau­gurado o Pavilhão Edgard Ca­jado, obra que transformou o hospital arquitetonicamente e no funcionamento. O Profes­sor Antonio Luiz Rodrigues da Silva permaneceu na pro­vedoria até 1986.

Nesta época a Santa Casa já contava com 90 médi­cos, 15 sócios beneméritos e grandes avanços em tecno­logia e novas instalações na Pediatria, Lavanderia, Necro­tério, Velório, Cozinha, Cen­tro de Neurocirurgia, Serviço de Patologia e Citodiagnósti­co, Serviço de Prevenção ao Câncer Ginecológico, Servi­ço de Laboratório de Análises Clínicas, U.T.I., Fisioterapia, Eletrocardiograma, Urologia, Gastroenterologia, Atendi­mento de Urgência, Vestiário de Enfermagem, Almoxari­fado e Costura, Serviço de Roentgenterapia, Serviço de Oftalmologia, Banco de San­gue e PABX.

Os 120 anos da Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto foram comemorados, em 2016, com o lançamento pelos Correios de um Selo Personalizado. Em destaque as primeiras instalações da entidade.

Em 1986/87 e 1987/88, respectivamente, estiveram na provedoria Ernesto Paulo Vei­ga e Almir Laguna. Dr. Luiz Albanez Neto assumiu 1988 e foi reeleito permanecendo no cargo até 1995. Em dezembro de 1989, as Irmãs do Sagrado Coração de Jesus deixaram a Santa Casa por determinação da Irmã Provincial Elvira, que solicitou a remoção das dez freiras que prestavam serviço à instituição.

No dia 03 de setembro de 1993, a Santa Casa recebeu da Associação Paulista de Medicina (APM) o Selo de Qualidade. Na época havia no hospital 321 leitos, 895 funcionários e 294 médicos. Em 1994 foi assinando con­vênio com as Universidades Federais do Ceará, Paraíba e Pelotas (RS).

O economista Eduardo Lopes Louzada foi eleito em 1995 e em 1999 foi substitu­ído por Dr. Dácio Eduardo Leandro Campos, que as­sumiu para um mandato­-tampão e depois foi eleito, permanecendo até 2009. Neste período foi instalado o Centro de Marcapasso e Eletrofisiologia, a Pediatria se transformou em “Hospital da Criança”. Criou-se o Plano Santa Casa Saúde, foi inaugu­rado o novo Centro Clínico.

A Santa Casa se tornou hospital-escola, o convênio com o Centro Universitário Barão de Mauá, que já existia para Biomedicina, Enferma­gem e Fisioterapia, foi esten­dido para a Medicina, refor­mando, ampliando serviços e construindo o Ambulatório “Alexandre F. P. Fávaro”, com mil metros quadrados para atendimento SUS.

Com isso, a Santa Casa recuperou grande parte das suas instalações, investiu em equipamentos de última ge­ração e voltou a atender em todas as referências médicas.

Em 2004, a Santa Casa soli­citou o Credenciamento de Re­sidência Médica e hoje possui 15 residências credenciadas.

O atual provedor Amauri Elias Calil tomou posse em janeiro de 2010 e iniciou um plano de revitalização da San­ta Casa. A fachada do prédio ganhou características arqui­tetônicas modernas, a área verde recebeu nova jardina­gem e a recepção foi total­mente remodelada, amplian­do o espaço e o conforto ao público. O hospital ganhou novas salas, equipamentos de última geração, e passou a re­alizar transplantes de rins em junho de 2010.

A Santa Casa conta com 269 leitos, 250 médicos cre­denciados, 250 médicos re­sidentes e especializandos, 1060 funcionários. A média mensal é de 18.000 atendi­mentos, 1.600 internações e 800 cirurgias, 1500 atendi­mentos na Unidade de Ur­gência e Emergência. Pos­sui centro cirúrgico com 11 salas, centro de transplante renal e um Plano de Saúde próprio – Santa Casa Saúde – com mais de 30 mil bene­ficiários.

Em 2019, o hospital rece­beu o selo de Acreditado pela ONA (Organização Nacional de Acreditação).

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