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OAB vai ao STF por compra de vacinas

© REUTERS/Dado Ruvic/Direitos Reservados

O Conselho Federal da Or­dem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 9 de dezembro, apontando omissão do governo Jair Bolsonaro em razão da demora em fornecer um plano definitivo nacional de imunização e garantir o efetivo acesso da população à vacina contra a covid-19.

Nessa linha, a OAB fez di­ferentes pedidos à Corte, en­tre eles o de permissão para aquisição e fornecimento de vacinas que já possuam regis­tro em “renomadas agências de regulação no exterior, inde­pendente de registro na Anvi­sa” e também de utilização de verbas recuperadas pela Lava Jato e outras operações para compra de imunizantes.

“Cada dia importa, cada dia que nossa campanha de vaci­nação e imunização não está nas ruas significa centenas, se não milhares, de vidas brasilei­ras perdidas. Nós não temos o direito de omissão ou mesmo incompetência nesse momen­to histórico”, frisa o presidente da entidade, Felipe Santa Cruz, em vídeo.

Na ação apresentada ao Su­premo, a OAB pede ainda que seja declarada “plena vigência e aplicabilidade” da lei número 13.979/2020, para que vacinas aprovadas por autoridades sa­nitárias dos Estados Unidos, Europa, China e Japão sejam utilizadas no Brasil em caso de omissão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvi­sa) em apreciar o pedido em até 72 horas.

Ao fazer tal solicitação, a OAB chegou a destacar uma declaração dada pelo órgão em novembro de que “uma even­tual aprovação de uma vacina pela autoridade regulatória da China não implica aprovação automática para o Brasil”.

“Ora, a declaração da agên­cia confronta diretamente o quanto previsto na lei de en­frentamento ao coronavírus (lei 13 979/2020), que prevê ca­tegoricamente a possibilidade de utilização no Brasil de va­cinas já aprovadas pelas agên­cias reguladoras dos Estados Unidos, da União Europeia, do Japão e da China”.

A entidade de advogados também quer que o Supremo determine ao governo fede­ral que paute os memorandos de entendimento relativos à compra de vacinas na “com­provação estritamente técnica e científica, independente­mente da origem nacional do imunizante, possibilitando a oferta aos brasileiros de todas as vacinas que já tenham atin­gido fases avançadas de testes e demonstrado a segurança e eficácia necessárias”.

“A imensurável gravida­de da situação de emergência causada pela pandemia do co­ronavírus demanda de todas as autoridades brasileiras, em seus variados níveis de gover­no, a concreta efetivação da proteção à saúde pública e ga­rantia da vida e da dignidade humana”, registra a ADPF.

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