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A viagem do homem

Homero possivelmente nasceu por volta de 10 séculos antes de Cristo. Morreu 898 antes de Cristo. Atribui-se a ele uma vastíssima literatura, muitas delas orais, pois, segundo a tradição, ele e seus contemporâneos recitavam suas rapsó­dias pelas ruas das cidades gregas, registrando na história das palavras faladas, os momentos por eles narrados.

Como é que esses textos sobreviveram a tantas catástrofes humanas é impossível saber. É possível afirmar que muitas das palavras que compõem nossas memórias foram eterniza­das por suas obras.

Uma delas, talvez a mais famosa, Ilíada, leva o homem do nosso século a conviver com os atenienses e os troianos, como se ali estivessem. Os poemas eternizaram suas palavras.
Uma expressão refere-se ao trabalho realizado por Iris que levava notícias do Zeus aos homens e vice-versa. Então nas­ceu na Grécia a expressão “arco Iris” até hoje usada inclusive pelos que negam a existência de Zeus.

Os gregos conviveram com os egípcios, tanto que estes últimos receberam naquela época o nome de “panaqueus”. Um deles ou viveu aqui ou lá. Não se sabe onde. Na Grécia recebeu o nome de Hermes, que escreveu um livro tão difícil de ler que a expressão dura também até hoje: “hermetica­mente fechada”. Nos dias de hoje, se meu neto avisasse que a minha porta está “hermeti-camente fechada” entendo como se estivesse entre os gregos. E ele nem mesmo saberia quem é o tal do Hermes que tranca todas as portas. Também.

Num museu de Istambul encontrei uma estátua de pedra de uma mulher que levantava sua roupa para exibir o seu sexo masculino. Uma mulher do sexo masculino, perguntei? Sim, respondeu-me o guia, esta ou este era a filha ou o filho do Hermes com a deusa Afrodite, conhecia ou conhecido como “Hermafrodita”.

Entre os judeus encontramos palavras universais. Numa noite, diz a Bíblia, Jacob lutou contra um anjo o tempo todo. Não conseguiu nem identificá-lo e nem matá-lo. No final o anjo deu um novo nome a Jacob que passou a se chamar Isra­el. O anjo despediu-se dando um pontapé em Jacob, melhor dizendo, em Israel.

Os seus descendentes ajudaram a construir sofridamen­te as pirâmides egípcias. Um deles, Moisés, liderou a saída do Egito rumo à Terra Prometida. Era ele casado com uma mulher que se chamava “Séfora”, eternizada ao se transformar em nome de loja.

O catolicismo, o protestantismo e o islamismo confor­maram as religiões monoteístas. Acreditam todos no mesmo Deus. No Monte Nebo, nos limites da Jordânia com Israel, num monumento esta escrita uma frase latina que sintetiza a importâncias das palavras:”Unus Deus, Pater omnium, super omnes”, ou seja, “um só Deus, Pai de todos, sobre todos”.

Supõe-se que a frase una todos os cristãos com todos os mulçumanos, que adoram um único e o mesmo Deus, o que atinge quase toda a humanidade. Inclusive aqueles que não professam nenhuma ou nem a outra religião.

Este universalismo foi ecoado recentemente nas palavras do Papa Francisco, pregando-a com possibilidade da convi­vência dos homens sem guerra e sem morte. “Não se matem”, pregou pacificamente o Papa argentino.

Suas extraordinárias palavras ainda não ecoaram numa época na qual os seus homens ainda unem-se para destruir o mundo, descongelando o polo norte, o polo sul, a floresta amazônica e até mesmo o seu mais próximo vizinho.

O Papa Francisco fala usando as palavras que indicaram o único caminho da paz e da grandeza humana.

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