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O “ex” e o prazer de caçar covid

O “ex” da Saúde (Ministério) não era querido. O substituto chegou sentinela, amigo de farda logo virou comandante. Nem médico é, se meteu em administrar uma pandemia. Aquele falava que atingiríamos o “platô” em setembro, para quando previa o início da queda dos casos e mortes. Tinha razão. Mas nos assustava com o longo tempo da doença. O “da farda” nem palpite teve. Era interino. Não é do ramo. Também, pudera, para o governo não passa de uma “gripezinha”, já que “todo mundo vai morrer mesmo. E daí?”! Nada lhe importa.

Ainda bem que o “ex” nem insinuava que poderia vir uma “2ª onda” (ignorava…), com mais casos e mais mortes. Fomos poupados. Ele, prudente, equilibrado, não espalhou o pânico, apesar de ter feito um cálculo simplista de 40 mil mortes (e já passamos de 176 mil!). Setembro é passado e com saudades, porque lá era otimismo, “o novo” estava chegando. Vez da volta à liberdade, com “flexibilização” e medidas restritivas.

O planejamento foi resistido e assustou os empresários que queriam “reabertura já”, com chopinho. Os políticos (interessados nas eleições) ficaram “em cima do muro”, nem uma coisa, nem outra. E tomem infectados e mais mortos. Mas já se sabia que tudo era uma questão de dias: bastariam desligar as urnas eletrônicas que voltariam as restrições. Não deu outra. Foi no dia seguinte, como se a “2ª onda” tivesse vindo na madrugada pós 2º turno. Faça de conta que nin­guém percebeu!

Voltamos pra “amarelinha”. E aí tudo de novo: gente doente nas filas da Unimed, da São Francisco, nos consultórios mé­dicos e hospitais. Leitos das UTIs ocupados com infectados, intubados ou não. Réveillon 21 será em 22, por enquanto.

Se “o filme” é o mesmo, a cartilha a ser seguida é a do “ex”: máscaras e distanciamento para todos. No começo de tudo ainda havia o “remédio do Bolsonaro”, que nunca foi o da cura, da salvação. Não vingou! Dele nem se espera bravura heroica porque deve estar cuidando dos “arranhões” sofridos com seus poucos candidatos, recusados pelos eleitores. Estas são horas para “curativos” e “tratamentos”, próprios para quem se fez não concorrente (mas era) e sondou 2022. Se deu mal!

Descobriu (só ele) que não anda agradando: nós já sabí­amos! Como não vai sair de leve, poderia tomar a garupa do STF (que lhe exige um “plano nacional para a vacinação”) e oferecer ao país algo que (pelo menos) confunda as más impressões de tudo que andou falando da pandemia. Também não dá para acreditar que, agora, de repente, vá “trocar o disco e mudar a dança”! “Olha, cuidado com a pandemia (!!!), fique em casa, use máscaras! Quem avisa amigo é. Conte comigo.”

“Bolsonarisses” à parte, começou o mês “colocado na parede” pelos secretários de Saúde dos Estados que cobram a compra das vacinas disponíveis, para que todos sejam vacina­dos, sem privilégios.

É inevitável: quando os menos esclarecidos saem de casa para “caçar covid”, sem máscaras nas ruas, praias, bares, restaurantes, boates, se aglomeram em chácaras e casas de eventos, é preciso que esse país tenha governo, com ou sem os Estados e Municípios. Mesmo que não pareça, nem se acre­dite. Mas que se faça respeitar. É preciso, urgente: é o mínimo necessário para não eternizar a pandemia. Esse prazer é de alto custo e risco.

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