Tribuna Ribeirão
Saúde

Aumenta o número de pessoas obesas no Brasil

J.F.PIMENTA

Um em cada quatro adul­tos acima dos 20 anos de idade está obeso no Brasil. A pro­porção de obesos na popula­ção nesta faixa etária mais que dobrou no país entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%. Nesse período, a obesi­dade feminina também subiu de 14,5% para 30,2%, enquan­to a obesidade masculina pas­sou de 9,6% para 22,8%. Os dados são do segundo volume da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta­tística (IBGE). A amostragem da pesquisa envolveu 108 mil domicílios no Brasil.

Segundo o levantamento, a prevalência de excesso de peso aumenta com a idade e ultra­passa os 50% na faixa etária de 25 a 39 anos de idades. Nessa faixa de idades, a proporção de sobrepeso é um pouco mais elevada no sexo masculino (58,3%) do que no feminino (57,0%). No entanto, nos de­mais grupos etários, os percen­tuais de excesso de peso eram maiores entre as mulheres.

É considerado como exces­so de peso o índice de massa corporal (IMC) maior do que 25. A pessoa obesa tem IMC maior do que 30. O IMC é cal­culado pelo peso em quilogra­ma dividido pelo quadrado da altura em metro.

De acordo com a respon­sável pela pesquisa, a técni­ca do IBGE, Flávia Vinhaes, para melhorar esse cenário, é preciso ampliar as políticas voltadas para a prevenção e combate à obesidade. “Fal­tam políticas públicas estru­turadas de combate à obe­sidade e ao excesso de peso, como o incentivo à ingestão de alimentos saudáveis e à prática esportiva”, avalia.

Atendimento na atenção primária – Pela primeira vez, os estudos levantaram infor­mações sobre a Atenção Pri­mária em Saúde nas visitas de agentes de saúde aos domicí­lios. Segundo a pesquisa, em 2019, 17,3 milhões de pessoas procuraram algum serviço da atenção primária à saúde. Des­se total, 69,9% eram mulheres, 60,9% das pessoas eram pretas ou pardas, 65,0% tinham côn­juges, e 35,8% tinha idade en­tre 40 e 59 anos.

Outro dado revela que 94,4% das pessoas entrevista­das não tinham plano de saú­de. Os dados mostram ainda que 53,8% dos usuários da atenção primária não tinham um trabalho, sendo que 64,7% tinham renda domiciliar per capita inferior a um salário mí­nimo e 32,3%, inseriam-se na faixa de 1 a 3 salários mínimos.

Segundo Vinhaes ainda não há parâmetros para defi­nir se o resultado deste levan­tamento é positivo. “Como é a primeira vez que o IBGE faz esse tipo de avaliação, a gen­te ainda não tem uma forma de avaliar se houve evolução ou não nessa pontuação. A gente, agora está trabalhando numa linha de base que é esse 5,9”, explicou.

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