Visando reforçar o seu plantel para a reta final da Série B, o Botafogo anunciou na última quarta-feira (2) um pacote com três reforços para o ataque. Entretanto, uma das contratações está sendo bastante criticada pelos torcedores do Pantera.
A chegada do atacante Wesley Pionteck, 24 anos, causou alvoroço nas redes sociais. Isso porque, o jogador é condenado e cumpre pena de um ano e quatro meses em regime aberto por lesão corporal em violência doméstica depois de agredir a sua então namorada.
A agressão pela qual Wesley foi condenado aconteceu em janeiro de 2019. Segundo consta dos autos do processo, o jogador causou lesões corporais graves na então companheira e a ameaçou. A vítima afirmou que era agredida desde o começo do relacionamento e que, na noite em questão, Wesley a golpeou com uma faca.
Os policiais militares que atenderam a ocorrência relataram que a mulher estava ensanguentada. Quando interrogado, o atleta disse que “perdeu a cabeça” por ciúme.
Nas redes sociais, grande parte da torcida botafoguense repudiou a chegada do jogador, que é formado no próprio clube. Presidente da Fiel Força Tricolor, principal torcida organizada do Pantera, Juninho Fernandez afirmou que a torcida é contrária a contratação de um atleta com histórico de violência contra a mulher.
“A Fiel Força Tricolor é totalmente contrária à contratação de um jogador condenado por violência à mulher. Nossa história ilustra isso. Temos presença marcante de mulheres no dia a dia de nossa sede, em nossas ações sociais e, principalmente, na arquibancada durante os jogos. Sempre muito respeitadas e valorizadas”, afirmou.
Fernandez também criticou a postura do clube, que investe em campanhas de conscientização, inclusive de violência doméstica. “Quanto às campanhas de conscientização do clube, só corrobora com o quão raso e superficial é esta gestão. Totalmente incompetente e contraditória, em todos os aspectos”, completou.
Torcedor botafoguense, Igor Falconi foi um dos primeiros a fazer criticas sobre o fato num grupo de torcedores do clube. Ao Tribuna, ele afirmou que o posicionamento do Botafogo neste caso é de dar nojo.
“O sentimento é de nojo, já passamos por tristeza, revolta e agora nesse finalzinho de ano conseguiram causar nojo na própria torcida. Não é “só” por ele ser alguém condenado na justiça, isso por si só já deveria barrar uma contratação dessas”, disse.
Através de nota, o Botafogo afirmou que o atleta cumpre pena como determina a justiça e reiterou que o clube vê na contratação uma chance de ressocialização do atleta.
“O atacante Wesley Pionteck cumpre exatamente como determina a pena imposta pela Justiça. O clube buscou informações com a ex-equipe e com o advogado do atleta e viu que não há reincidência por parte do jogador. O Botafogo também vê uma chance de ressocialização do jogador perante a sociedade”.
A Unimed Ribeirão, uma das patrocinadoras do clube, afirmou que repudia qualquer forma de violência e discriminação, que não participa das decisões sobre contratações e que aguarda um posicionamento oficial do clube.
“A Unimed Ribeirão Preto informa que repudia qualquer forma de violência e discriminação, como as que estão sendo veiculadas, em razão da contratação do jogador Wesley Pionteck pelo Botafogo. Como patrocinadora, a Unimed não interfere e nem participa das decisões de contratação ou no dia a dia do clube. Esclarece que aguarda posicionamento oficial da direção do Botafogo para melhor pronunciamento”.
Como vinha treinando e já teve seu contrato regularizado, Wesley já está à disposição do técnico Moacir Júnior para a sequência da Série B. O Botafogo volta a campo no sábado (5), às 22h, diante do Cuiabá, na Arena Pantanal.