Tribuna Ribeirão
Esportes

Cuca diz ainda sentir efeitos da covid-19: ‘Canso só de subir uma escada’

IVAN STORTI/SANTOS FC

O técnico Cuca revelou nes­ta quinta-feira que ainda sofre os efeitos da covid-19. Após ser internado por nove dias e ficar outros dez afastado das ações no Santos, o treinador disse que “cansa só de subir uma escada”.

“Acredito que estou 90% curado, mas hoje canso só de su­bir uma escada. Me sinto fraco às vezes, também. Se eu tivesse insistido, do jeito que estava, ia morrer. O médico do Santos, o doutor Fabio (Novi), salvou a minha vida. É um cara que já tratou de um câncer, mas que me pôs para dentro do carro dele sem pensar nem por um se­gundo nele, só em mim. Ele me ajudou muito, virou como um irmão”, disse Cuca em entrevista ao site da revista Veja.

Cuca foi encaminhado ao hospital após sentir um mal-es­tar num sábado, na véspera de um jogo do Santos pelo Brasilei­rão. O treinador tem histórico de problemas no coração e chegou a ser operado em 2018. “Meu coração disparou e não parava mais. Por sorte, fui para o hospi­tal porque, se insisto, e já estava com as malas prontas para via­jar, podia não ter aguentado. O coração batia mais de 140 vezes por minuto”, relembrou.

“A família estava muito pre­ocupada. Eles tinham medo que eu morresse, isso é normal porque não estão no dia a dia comigo. No hospital não senti esse medo, usei a fé. Não vou dizer que estava preparado, cla­ro, mas não senti mesmo. Criei novas amizades no período, com as enfermeiras, os médi­cos. Valorizamos ainda mais esses profissionais”, afirmou.

O treinador recordou como foi o período internado no Hos­pital Sírio-Libanês, em São Pau­lo. “No hospital é muito duro ficar sozinho. Se eu falar que li um livro, vou estar mentindo. Eu dormia muito. Todos os dias a comissão me contava como foi o trabalho, o que tinham feito”, contou, referindo-se à comissão técnica do Santos.

O time foi comandado in­terinamente por Marcelo Fer­nandes. “A gente discutia, mas não de modo normal, dentro do possível, pois também estava abatido. Todas as trocas, as subs­tituições, foram feitas comigo. Dia de jogo fico muito nervoso, às vezes não atendiam o telefone ou não entendiam. Já em casa, contra a LDU, em Quito, troca­ram o Jean Mota antes do tem­po, fiquei doido”, revelou.

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