Tribuna Ribeirão
Economia

Preços sobem 3,40% Indústria paulista mantém expansão na porta da fábrica

JOSÉ PAULO LACERDA/CNI

O Índice de Preços ao Pro­dutor (IPP), que mede a inflação de produtos na saída das fábri­cas, registrou alta de preços de 3,40% em outubro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geogra­fia e Estatística (IBGE), essa é a maior taxa da série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 2014. Em setembro, a taxa havia ficado em 2,34%. Já em outubro de 2019, a taxa foi de 0,60%.

Com o resultado de outubro deste ano, o IPP acumula taxas de inflação de 17,29% no ano e de 19,08% em doze meses, tam­bém as maiores da série histó­rica. Em outubro, 23 das 24 ati­vidades industriais pesquisadas tiveram alta de preços em seus produtos. A exceção foi a indús­tria farmacêutica, com deflação (queda de preços) de 2,06%.

Entre os setores com infla­ção, os destaques foram indús­trias extrativas (9,71%), metalur­gia (4,93%), alimentos (4,60%) e outros produtos químicos (4,52%). Entre as quatro grandes categorias econômicas da indús­tria, a maior alta foi observada nos bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados no setor produtivo, com taxa de 5,01%.

“Se a gente olha os dez pro­dutos dentro de bens inter­mediários, que mais influen­ciaram o resultado, seis são alimentos: dois derivados de soja, dois derivados da cana­-de-açúcar, carne suína e ra­ções”, explica o pesquisador do IBGE Alexandre Brandão.

“Os cinco primeiros têm o efeito de uma demanda externa que está pressionando os preços no mercado internacional, mas também do câmbio. Os bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos usados no setor produtivo, tiveram alta de preços de 2,69%. Já os bens de consumo tiveram altas de 1,27% nos bens semi e não duráveis e de 0,97% nos bens duráveis.

Bens
Os bens de capital ficaram 2,69% mais caros na porta de fábrica em outubro, segundo os dados do IPP. O resultado ocor­re após os preços terem aumen­tado 1,63% em setembro. Os bens intermediários registraram avanço de 5,01% nos preços em outubro, ante um aumento de 2,17% em setembro.

Já os preços dos bens de consumo subiram 1,22% em outubro, depois de uma alta de 2,74% em setembro. Dentro dos bens de consumo, os bens duráveis tiveram elevação de 0,97% em outubro, ante alta de 1,57% no mês anterior. Os bens de consumo semiduráveis e não duráveis subiram 1,27% em outubro, após a elevação de 2,98% registrada em setembro.

A alta recorde de 3,40% do IPP em outubro teve contri­buição de 0,20 ponto porcen­tual de bens de capital; 2,74 pontos de bens intermediá­rios; e 0,46 ponto percentual de bens de consumo, sendo 0,40 ponto de bens de consu­mo semi e não duráveis e 0,06 ponto percentual de bens de consumo duráveis.

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