Segundo estudos publicados pela empresa de Inteligência de Mercado Urban Systems, o Aeroporto Doutor Leite Lopes de Ribeirão Preto é o segundo terminal aeroportuário regional com maior potencial de desenvolvimento econômico no país, devido aos fatores como infraestrutura e localização, transporte de passageiros, transporte de cargas, hospedagem e varejo e educação. Isso de acordo com o Índice de Qualidade Mercadológica (IQM), uma metodologia que leva em consideração aspectos como informações comerciais, urbanísticas, econômicas e infraestruturais dos impactos da atividade portuária na região estudada, objetivando aferir o desempenho de cada equipamento.
Inaugurado em dia 2 de abril de 1939, o nome foi uma homenagem ao Dr. Luiz Leite Lopes, médico atuante em Ribeirão Preto no século passado e apaixonado por aviação. Em 1940 aconteceu a primeira ampliação e o fato rende histórias até hoje. Para a ampliação foram utilizadas terras particulares o que originou um processo judicial, considerado hoje o processo sem solução mais antigo do país.
Em novembro de 1973 o Leite Lopes passou por remodelação para atender voos diários. Em 1996, o aeroporto foi reformado e ampliado. A pista de pouso foi ampliada de 1.800 para 2.100 metros. A de taxiamento foi de 730 para 2.100 metros. O novo pátio de estacionamento, com 27.600 metros quadrados. Em 2006 houve uma nova reforma, com mais 15 metros na largura de sua pista.
Entre julho de 2008 e julho de 2010 foram realizadas obras de ampliação e reforma do terminal de passageiros. Após a abertura da nova ala, a antiga foi fechada, remodelada e reaberta, juntando-se à nova. O terminal ficou com o dobro do tamanho original e com isso subiu a classe de conforto de E para B. O terminal passou a contar com ar-condicionado, esteiras para bagagem e melhores condições. Toda a reforma e ampliação foram realizadas com base no aumento da demanda (crescimento de 10% ao ano), e objetivando a futura internacionalização de cargas e passageiros.
Com a conclusão do projeto em 2010 o novo terminal passou a ter 3.850m² de área construída, com pé direito de 6m e capacidade para atender 480 mil passageiros/ ano. (No entanto, o terminal movimentou mais de 922 mil passageiros em 2016).
Em 2019, foram entregues as obras que abrangeram a implantação de área de giro nas duas cabeceiras da pista, a instalação de acostamento nas pistas de taxiamento de aeronaves e reforço na pista que dá acesso ao pátio. Os investimentos foram da ordem de R$ 4,2 milhões.
Atualmente o Leite Lopes opera em período integral e recebeu, em 2019, mais de 34 mil voos e 923 mil passageiros, tornando-se um dos aeroportos mais movimentados do Brasil, inclusive, com movimento superior a diversas capitais brasileiras.
É o quarto maior do estado de São Paulo, sendo superado apenas por SP/ Guarulhos, SP/Congonhas e Viracopos. Com seis aerovias e mais de 100 aeronaves ao dia, é considerado o mais relevante do Interior.
Voo internacional de passageiros
A Azul Linhas Aéreas iniciará, a partir de junho de 2020, uma nova rota internacional, ligando o Aeroporto Internacional de Viracopos em Campinas a Nova York nos Estados Unidos com voos diários em seu Airbus A330. Entre a novidades está a conexão dos voos com a cidade de Ribeirão Preto, que levará aproximadamente 14 horas, saindo de RAO, fazendo conexão em VCP e chegando em Nova York e vice-versa.
Internacionalização – Tead Brasil já investiu R$ 70 mi
Desde 2002, quando venceu o processo licitatório para construção e operacionalização de um terminal alfandegado no Leite Lopes, em Ribeirão Preto, a Tead Brasil – Terminais Aduaneiros do Brasil já investiu R$ 70 milhões no projeto. A informação é do presidente da empresa, Carlos Ernesto Campos.
Segundo Campos, apesar de todos os investimentos feitos ao longo desses 18 anos, Tead Brasil não obteve nenhum retorno financeiro, já que a internacionalização do aeroporto para o transporte de cargas não saiu do papel “por inoperância do poder público”, diz.
Desde 2002, o Leite Lopes tem autorização da Agencia Nacional de Aviação Civil (Anac) para receber voos internacionais de carga, mas a extensão da pista não permite pousos e decolagens de aviões cargueiros. Para Campos, apesar da autorização, a pista não foi adequada como deveria para pousos e decolagens deste tipo de aeronave.
Também diz que a Tead Brasil cumpriu tudo o que está previsto no contrato de concessão assinado em 2002. Entretanto, o governo não teria feito sua parte, por isso teve prejuízo. De acordo com o presidente da empresa, caso o imbróglio sobre o assunto não seja resolvido rapidamente, a única solução será recorrer à Justiça com uma ação indenizatória contra o Estado.
Concessão fica para 2021
O lançamento do edital de concessão do Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, em Ribeirão Preto, previsto para novembro deste ano, foi adiado para 2021 por causa da pandemia de coronavírus. Segundo a Secretaria Estadual de Logística e Transporte, o pacote com os 22 aeródromos administrados pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) foi incluído programa “Retomada 21/22”, anunciado na sexta-feira, 16 de outubro, pelo governador João Doria (PSDB).
A concessão do Leite Lopes para a iniciativa privada já estava prevista desde o início de 2019, mas a publicação do edital já foi adiada várias vezes. O governo paulista afirma que o processo de desestatização dos 22 aeroportos administrados pelo Daesp já teve o modelo definido e será em blocos, mas por causa da pandemia o processo só vai avançar em 2021.
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