Nesta quinta-feira, 19 de novembro, o Brasil celebrou o Dia Nacional de Combate ao Mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, doenças que podem gerar outras enfermidades, como microcefalia e Guillain-Barré.
A data serve de alerta para a população sobre a importância de eliminar os criadouros deste inseto. No verão, com as chuvas, há alta na proliferação do mosquito, que se reproduz em água limpa e parada. É importante fazer uma limpeza e verificar regularmente pontos que podem acumular água.
Entre as medidas que podem ser adotadas estão esvaziar garrafas e mantê-las com a boca virada para baixo, limpar calhas, colocar areia nos pratos de vasinhos das plantas, tampar tonéis, lixeiras e caixas-d’água e colocar objetos, como pneus e lonas, abrigados da chuva.
Os sintomas das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti podem ser confundidos com doenças mais comuns, como gripes e resfriados. Por isso, é importante estar em alerta e, em caso de sintomas, procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados.
De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, de janeiro até setembro deste ano, foram notificados 928.282 casos prováveis (taxa de incidência de 441,7 casos por 100 mil habitantes) de dengue no Brasil. Até 31 de outubro, Ribeirão Preto somava 17.538 casos confirmados de dengue.
A tendência é de queda, apesar de a cidade ter declarado epidemia ainda no primeiro semestre, a sexta em onze anos. A média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 304 dias é de 57, menos de três por hora (2,3).
No quadrimestre de julho a outubro deste ano, o Aedes agypti fez 79 vítimas, contra 501 do mesmo período de 2019. São 422 a menos em 2020, retração de 84,2%. Na comparação com o anterior, a queda é de 99%. São 7.787 pacientes a menos dos que os 7.866 de março a junho.
Porém, o número de vítimas do Aedes aegypti em dez meses de 2020 já está 21,6% acima das 14.421 pessoas infectadas em 2019 inteiro, com 3.117 ocorrências a mais. No ano passado, três pessoas morreram em Ribeirão Preto vítimas de dengue hemorrágica – não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus.
Em 2020, já ocorreram seis mortes na cidade, mas um caso é importado de São Simão e a Secretaria da Saúde contabiliza cinco, oficialmente – nove exames aguardam resultado e estão à espera de confirmação. Ribeirão Preto não tem casos de chikungunya, zika e febre amarela neste ano
Sobre os dados de chikungunya no país, foram 69.702 casos prováveis (taxa de incidência de 33,2 casos por 100 mil habitantes) e, em relação aos dados de zika, foram notificados 6.220 casos prováveis (taxa de incidência 3,0 casos por 100 mil habitantes).
Sintomas
A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns.
No caso da zika, cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus não desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos.
No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após três a sete dias. A infecção pelo vírus zika em gestantes, no entanto, pode levar à microcefalia, uma malformação congênita, em que o cérebro do bebê não se desenvolve de maneira adequada.
Já os principais sintomas da chikungunya são febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Os sintomas iniciam entre dois e doze dias após a picada do mosquito e cerca de 30% dos casos não apresentam sintomas.