Tribuna Ribeirão
Saúde

CoronaVac – Vacina produz anticorpos em 97% dos casos

DADO RUVIC/REUTERS

Na noite desta terça-feira, 17 de novembro, os resultados dos estudos clínicos da Coro­naVac, vacina em desenvol­vimento pela parceria entre o Instituto Butantan e a farma­cêutica chinesa Sinovac Life Science, foram publicados pela revista científica Lancet Infec­tious Diseases.

A publicação mostra que a vacina é segura e tem capa­cidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos. Os resultados publica­dos, que contam com a revisão de diversos cientistas, são mais um passo importante para o desenvolvimento da vacina, que está em fase 3 de testes em diversas regiões do Brasil des­de julho deste ano.

As fases 1 e 2 reuniram 744 voluntários na China, com idades entre 18 e 59 anos. Os dados mostram que as reações adversas foram leves e nenhum efeito adverso sério relaciona­do à vacina foi identificado. A reação mais comum foi dor no local da aplicação. A taxa de so­roconversão entre os voluntá­rios que receberam a vacina, ou seja, produção de anticorpos, ficou acima dos 90%.

O artigo científico apresen­ta dados que já eram de conhe­cimento do Instituto Butantan e da Agência Nacional de Vigi­lância Sanitária (Anvisa), uma vez que a partir deles foi possí­vel aprovar o uso emergencial em mais de 50 mil pessoas na China e a realização do estudo de fase 3 no Brasil. O governa­dor João Doria (PSDB) infor­mou que primeiro lote de 120 mil doses da CoronaVac deve chegar nesta quinta-feira (19), um dia antes do prazo previsto.

Em fase final de estudos no Brasil, o imunizante é conside­rado um dos mais promissores no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saú­de (OMS), e vem sendo testa­da em sete estados brasileiros, além do Distrito Federal. Co­ordenado pelo Instituto Butan­tan, os testes envolvem 13 mil profissionais de saúde em 16 centros de pesquisas.

Até o momento, mais de dez mil pessoas já receberam ao menos uma das duas doses da vacina ou placebo. Na região, participam dos testes o Hospi­tal das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP) e o Hospital do Amor, em Barretos. O HC já finalizou a primeira fase de tes­tes da nova vacina contra o co­ronavírus. Foram selecionados 300 voluntários.

Para determinar a eficácia da CoronaVac, é preciso que 151 participantes que recebe­ram a substância sejam conta­minados pelo coronavírus. A partir desta amostragem, ha­verá a comparação com o total dos que receberam a vacina e, eventualmente, também te­nham diagnóstico positivo de covid-19.

Se o imunizante atingir os índices necessários de eficácia e segurança, deverá ser sub­metido à avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sani­tária (Anvisa) para registro e posterior uso em campanhas de imunização contra o coro­navírus. O Butantan deverá receber da China nas próximas semanas para a produção de 40 milhões de doses. Outros seis milhões de doses chegarão já prontas do país asiático.

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