Tribuna Ribeirão
Economia

Turismo deixa de faturar R$ 41,6 bi

TOMAZ SILVA/AG.BR.

O setor do turismo brasileiro deixou de faturar R$ 41,6 bilhões desde o início da pandemia de covid-19, considerando os meses de março a setembro. O montante representa uma queda de 44% no faturamento do setor em comparação ao mesmo perí­odo do ano passado. Os dados, divulgados nesta terça-feira, 17 de novembro, são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Em setembro, o faturamento das empresas do setor (R$ 8,6 bilhões) foi 37,6% menor do que o mesmo mês de 2019 – o que significa uma retração de R$ 5,2 bilhões no faturamento. Esse é o pior resultado do turismo para setembro desde o início da série histórica, em 2011.

“Ao contrário de setores como o comércio e os serviços, em recuperação desde o início do segundo semestre do ano, o turismo não apresenta sinais de retomada. Até por isso a ne­cessidade de uma expansão da oferta de crédito para as em­presas do setor, principalmente por meio de ajuda de progra­mas do governo”, destaca a Fe­comercioSP em nota.

Segundo a entidade, a retra­ção do turismo em setembro foi liderada pelo setor de trans­porte aéreo, que faturou 64,6% a menos do que no mesmo mês de 2019. O resultado, no entanto, é menos pior que os registrados em agosto (-68,8%) e julho (-78,1%).

A retração é percentualmen­te semelhante ao acumulado do ano, em que o turismo nacional já viu cair em 34,1% seu fatura­mento. A FecomercioSP destaca que também caíram expressiva­mente, em setembro, os fatura­mentos dos agentes de hospeda­gem e alimentação (-37,3%) e de atividades culturais, esportivas e recreativas (-24,4%).

“É importante que os empre­sários mantenham os canais di­gitais ativos desde já, não apenas para ofertar pacotes e destinos, mas também para que os clien­tes tenham uma comunicação clara dos novos protocolos de segurança do turismo”, reco­menda a FecomercioSP.

A entidade também res­salta que muitos turistas pro­curam por locais com flexi­bilidade de cancelamento ou remarcação, e possibilidades de reembolsos. “Adaptar as re­servas e os fluxos a esta especi­ficidade do mercado represen­ta uma vantagem significativa para agora e para o cenário pós-pandemia”, recomenda.

A retração do turismo em setembro foi encabeçada pelo setor de transporte aéreo, que faturou 64,6% a menos do que no mesmo mês de 2019. Ape­sar do número expressivo, ele fornece algum otimismo, já que teve quedas maiores em agosto (68,8%) e julho (78,1%). Isso se explica não apenas pela baixa demanda, mas pela re­dução da oferta em 54,5% dos assentos no período, segundo a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).

Na mesma linha, caíram drasticamente os faturamentos dos agentes de hospedagem e alimentação (-37,3%) e de ativi­dades culturais, esportivas e re­creativas (-24,4%). As locadoras de carros perderam 14,8% do faturamento em comparação a setembro de 2019, mas já regis­tram dias com a totalidade dos veículos alugados em alguns fins de semana, em diferentes cidades do país.

Apesar das regras ainda vi­gentes do isolamento social e do temor de muitas pessoas em investir em viagens neste mo­mento, o futuro próximo pode ser promissor. Dados de ou­tra pesquisa da FecomercioSP apontam que quase um terço das pessoas (31%) querem viajar depois que a pandemia acabar – o que indica uma de­manda reprimida à espera de condições para se realizar.

Por isso, é importante que os empresários mantenham os canais digitais ativos desde já, não apenas para ofertar pa­cotes e destinos, mas também para os que clientes tenham uma comunicação clara dos novos protocolos de seguran­ça do turismo.

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