Tribuna Ribeirão
Política

Santa Luzia – Permuta de áreas pode viabilizar novo parque

ALFREDO RISK/ARQUIVO

Bertinho Scandiuzzi (PSDB) quer que a prefeitura de Ribei­rão Preto envie, para a Câmara de Vereadores, novo projeto de lei que permita a permuta de três áreas para a ampliação do Parque Santa Luzia, na avenida do Café, Zona Oeste. O local fica próximo ao campus da Univer­sidade de São Paulo é conhecido como “Pedreira da USP”.

O tucano encaminhou, via requerimento, a solicitação ao Executivo. Em fevereiro do ano passado, a prefeitura protocolou o projeto de lei complementar n.º18/19 na Câmara, que dis­punha sobre a permuta de três terrenos localizados na avenida do Café para compor o Parque da Pedreira Santa Luzia.

Entretanto, o projeto rece­beu parecer contrário da Co­missão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Câmara de Ribeirão Preto sob o argumen­to de “ausência de interesse pú­blico”. No requerimento, o par­lamentar cita alguns estudos ambientais.

Segundo Scandiuzzi, estu­dos realizados sobre a proteção da paisagem e da vegetação natural na região reservada para implantação do Parque da Pedreira Santa Luzia demons­tram que os imóveis passíveis de permutas são de extrema relevância ambiental, princi­palmente sob os aspectos de ocupação do solo.

Ele fala sobre um parecer técnico do Departamento de Gestão Ambiental da Secre­taria Municipal do Meio Am­biente. Segundo o relatório, os imóveis objetos da permuta estão inseridos em uma área com importantes atributos ambientais, o que propiciaria a integração destes lotes à área reservada ao parque.

A prefeitura tem 15 dias úteis contados a partir do re­cebimento do requerimento para se manifestar sobre o assunto. Uma representação protocolada no Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema) requer a instauração de inquérito ci­vil público para apurar danos ambientais na área onde deve­ria ser instalado o parque.

Segundo a denúncia feita ao braço ambiental do Ministério Público de São Paulo (MPSP) por um morador da região, o local estaria recebendo despejo irregular de resíduos e entulhos que seriam provenientes das obras de expansão viária na ci­dade. O Gaema encaminhou a denúncia para a Promotoria do Meio Ambiente e da Cidadania.

Caberá ao MPSP analisar as denúncias e decidir pela instauração ou não de inqué­rito civil. A representação tem também fotos que seriam de descarte irregular no local. As imagens foram feitas em 9 de outubro, segundo o morador autor da reclamação.

Em nota, a prefeitura infor­ma que ainda não foi comunica­da oficialmente da possibilidade de abertura do inquérito e que prestará todas as informações no momento apropriado, assim como tomará as providências que considerar necessárias.

A antiga Pedreira Santa Lu­zia tem uma área de aproxima­damente 140 mil metros qua­drados. Em 2001, a Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto, cujo presidente à época era o já falecido vereador Silvio Martins, então no PMDB, promulgou a lei complementar que transfor­mou o local em “área de interes­se especial e ecológico”.

Em 2004, no último da ges­tão Gilberto Maggioni (então no PT), a prefeitura de Ribeirão Preto, o Ministério Público Es­tadual e a Universidade de São Paulo assinaram um protocolo intenções para a implantação do Parque Pedreira Santa Luzia.

Já em 2014, uma década após a assinatura do protoco­lo de intenções, como parte de uma compensação ambiental, uma empresa de Ribeirão Pre­to promoveu a urbanização de aproximadamente 15,5 mil me­tros quadrados na parte alta da “Pedreira da USP”.

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