A Comissão Europeia disse nesta quarta-feira, 11 de novembro, que selou um contrato de suprimento de até 300 milhões de doses da candidata a vacina contra covid-19 da Pfizer e da BioNTech. A ação vem na esteira do anúncio de segunda-feira (9) de que o imunizante experimental BNT162b2 é mais de 90% eficaz.
Isso faz da Pfizer e BioNTech as primeiras farmacêuticas a mostrarem dados provisórios bem-sucedidos de um teste clínico de larga escala de uma vacina contra coronavírus. “Estou muito satisfeita de anunciar o acordo de hoje com a empresa europeia BioNTech e com a Pfizer para adquirir 300 milhões de doses da vacina”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Pelo acordo da União Europeia, os 27 países do bloco podem comprar 200 milhões de doses, e têm a opção de comprar outras 100 milhões. As aquisições só podem acontecer depois que a vacina for autorizada pela agência reguladora de remédios da UE por ser eficaz e segura.
O bloco já assinou contratos de suprimento para as vacinas experimentais contra covid-19 de AstraZeneca, Sanofi e Johnson & Johnson, e está conversando com Moderna, CureVac e Novavax para obter suas vacinas.
A empresa alemã de biotecnologia BioNTech prevê a produção de até 1,3 bilhão de doses no próximo ano da possível vacina contra covid-19.
Antes do fim do ano, as duas empresas poderão fornecer até 50 milhões de doses do imunizante. Os testes não foram capazes de garantir a segurança da fórmula, mas as companhias esperam obter respostas nessa área nas próximas semanas. Os desenvolvedores pretendem solicitar autorização da Administração de Medicamentos e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos para uso emergencial já em novembro.
O Ministério da Saúde mantém negociações com a farmacêutica Pfizer, além de outras produtoras de vacina contra a covid-19. Em nota, a pasta diz que “todas as vacinas com estudos avançados no mundo estão sendo analisadas, inclusive a do laboratório Pfizer”.
“Atualmente, o Ministério acompanha cerca de 254 pesquisas, algumas com testes já bem avançados. Todas as apostas necessárias serão feitas para achar uma solução efetiva, em qualidade e quantidade necessárias para imunizar a população brasileira”, informa.
O discurso no ministério é de que o governo comprará a primeira vacina segura que chegar ao mercado. O governo brasileiro fechou contrato para compra de 100 milhões de doses do imunizante feito pela AstraZeneca/Oxford. Em outra frente de atuação para encontrar uma vacina, o Brasil espera receber doses para 10% da população por meio do consórcio Covax Facility.
O estudo é liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O governo federal investiu cerca de R$ 2 bilhões para viabilizar a compra do produto da AstraZeneca/Oxford, além da produção da droga no Brasil, que exigiu adequações em laboratórios da Fiocruz. Já o custo para entrar no Covax Facility foi de R$ 2,5 bilhões.