Histórias de radioamador
Corria o mês de julho de 1967 e o programa “Morandini, Larga Brasa” tinha uma audiência incrível pela Rádio Ribeirão Preto, a 79. Em Belém do Pará, havia uma mobilização em prol dos municípios brasileiros que cobrava das autoridades maior apoio em verbas e nas leis de desenvolvimento das cidades. Naquela época, embora Rondon tivesse implantado um sistema de telégrafo que foi motivo de união nacional, não possuíamos celulares e os modernos meios de mídia eletrônica.
Interurbano
Para se fazer uma ligação interurbana para aquele Estado era o mesmo que fazer uma internacional, com demora de dois a três dias. Passamos a tentar fazer a reportagem contando com os PXs, mas a propagação não estava boa (conforme as mudanças das manchas solares você tem propagação positiva ou não- coisas daqueles tempos sem satélites). Resolvemos pedir ao amigo e comerciante José Luiz Zorzenon o apoio através do seu PY, uma categoria mais acima do PX para tentar a comunicação com alguns lideres municipais da época.
Treinado e surpreso
José Luiz, que era bastante treinado em ações solidárias para conseguir medicamentos para crianças com problemas cujos remédios nacionais não produziam resultados, iniciou as chamadas para os colegas do Pará para verificar se a reportagem poderia ser feita via radioamadorismo. Em dado momento, entrou no ar um radioamador de Messejana, Ceará, solicitando que saíssem todos da frequência que ele tinha um QTC (comunicado de urgência).
Notícia urgente
Ele noticiou: ”Acaba de falecer, vítima de acidente aviatórios, o ex presidente Humberto de Alencar Castelo Branco que havia ido visitar sua amiga Raquel de Queiroz no Ceará”. Completava a notícia segundo a qual um jato da FAB havia colhido a cauda do avião em que Castelo Branco se encontrava e ele morreu na hora. O fato ensejou muitos comentários e ilações sobre os motivos de sua morte (continua na edição desta sexta-feira).