Tribuna Ribeirão
Saúde

CoronaVac – Anvisa suspende testes com vacina

GOVERNO DE SÃO PAULO

A Agência Nacional de Vi­gilância Sanitária (Anvisa) sus­pendeu temporariamente os testes em humanos da vacina chinesa CoronaVac. A inter­rupção aconteceu por causa de um “evento adverso grave”, e foi anunciada na noite desta segun­da-feira, 9 de novembro, horas depois de o Instituto Butantan anunciar o início das obras para construção da fábrica que pro­duzirá o imunizante no Brasil.

Essa é uma das candidatas a vacina contra o coronavírus e é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Life Science em parceria com a instituição pau­lista. O anúncio do início das obras foi feito pelo governador João Doria (PSDB) no próprio instituto em parceria. Com a interrupção do estudo, nenhum novo voluntário poderá ser vaci­nado. A Anvisa disse, por meio de um comunicado, que foi notificada de um efeito adverso grave em 29 de outubro.

A agência não informou, no entanto, a causa específica da suspensão. São considera­dos “eventos adversos graves” morte, evento adverso poten­cialmente fatal, incapacidade ou invalidez persistente, inter­nação hospitalar do paciente, anomalia congênita ou defeito de nascimento, qualquer sus­peita de transmissão de agente infeccioso por meio de um dis­positivo médico e evento clini­camente significante.

Quando estiver pronta, a estrutura da fábrica será capaz de produzir até 100 milhões de doses da vacina por ano. A pro­dução 100% local, portanto, só será possível a partir de 2022 e depende ainda do processo de transferência de tecnologia da Sinovac para o Butantan. Até lá, o instituto receberá doses pron­tas da China ou matéria-prima para que a produção seja apenas finalizada no Brasil.

O governador anunciou que São Paulo vai receber no dia 20 de novembro as primei­ras 120 mil doses. A matéria­-prima será transportada em bolsas de 200 litros dispostas em containers refrigerados, já que a CoronaVac não necessita de temperaturas negativas para seu armazenamento.

A nova fábrica terá cerca de 10 mil m² e além de produzir as doses da vacina contra a co­vid-19, poderá produzir outros imunizantes fabricados no Ins­tituto Butantan. A previsão de conclusão das obras é de até dez meses (até o final de 2021), com um custo de R$ 160 milhões.

Já foram arrecadados até o momento R$ 130 milhões com doações de 24 empresas dos mais diversos setores da eco­nomia. As doações estão sendo coordenadas pela organização social Comunitas, com o apoio da Invest-SP. Segundo Dimas Covas, diretor do Butantan, a fase da produção que será feita no Brasil engloba a formulação do produto, envase e rotulagem.

Como o Butantan é pro­dutor de outras vacinas, essas etapas podem ser feitas em outras fábricas do instituto já em funcionamento. “Nós te­mos duas linhas de produção de formulação e envase com capacidade para um milhão de doses por dia”, diz.

Passará por esse processo a matéria-prima que o Butantan deverá receber da China nas próximas semanas para a pro­dução de 40 milhões de doses. Outros seis milhões de doses chegarão já prontas do país asi­ático. Covas explica que o pro­cesso completo de produção da vacina não é tão simples quan­to a fase final.

Envolve cultivo do vírus em células e posterior inativação do patógeno para ser usado no produto (a presença do vírus na vacina, ainda que morto, é o que leva ao desenvolvimento de anticorpos). “O ciclo com­pleto de produção leva cinco meses”, explica.

O Butantan havia recebido autorização da Anvisa para im­portar os produtos e insumos em outubro e agora aguarda trâmites das autoridades chine­sas para que a encomenda seja enviada. A produção em massa da CoronaVac e vacinação da população, porém, ainda depen­dem do resultado final dos estu­dos clínicos do imunizante, que agora estão suspensos

O produto está na fase 3 de testes, na qual será verificado se ela tem, de fato, eficácia para proteger contra a doença. Os resultados são previstos pelo governo para o fim deste ano. A CoronaVac está sendo tes­tada em 13 mil voluntários de sete estados brasileiros, mais o Distrito Federal.

O estudo de fase 3 coor­denado pelo Instituto Butan­tan já conta com mais de dez mil participantes vacinados, todos profissionais da saúde na linha de frente no comba­te ao coronavírus. Na região, participam dos testes o Hos­pital das Clínicas da Facul­dade de Medicina de Ribei­rão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP) e o Hospital do Amor, em Bar­retos. O HC já finalizou os testes da nova vacina contra o coronavírus. Foram sele­cionados 300 voluntários.

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