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Vacina aponta 90% de eficácia

DADO RUVIC/REUTERS

A Pfizer e a BioNTech anun­ciaram nesta segunda-feira, 9 de novembro, que a vacina ex­perimental que desenvolvem de forma conjunta se mostrou 90% eficaz na prevenção do co­ronavírus, de acordo com dados preliminares da terceira fase dos estudos clínicos.

As farmacêuticas são as pri­meiras a comprovarem a eficá­cia do imunizador para a doença que já matou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo.

Em comunicado, as empre­sas informaram que avaliaram a situação de 94 voluntários das pesquisas que contraíram a co­vid-19 e desenvolveram pelo menos um sintoma.

Os testes não foram capa­zes de garantir a segurança da fórmula, mas as companhias esperam obter respostas nessa área nas próximas semanas. Os desenvolvedores pretendem solicitar autorização da Admi­nistração de Medicamentos e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos para uso emergencial já em no­vembro.

“Hoje é um grande dia para a ciência e a humanidade”, co­memorou o CEO da Pfizer, Al­bert Bourla. “Com as notícias de hoje (ontem), estamos, em um passo significativo, mais perto de fornecer às pessoas em todo o mundo uma inova­ção muito necessária para aju­dar a colocar fim a esta crise de saúde global”, completou.

Após o anúncio de que a vacina da Pfizer e BioNTech, a BNT162b2, é mais de 90% eficaz na prevenção à doença, o coordenador dos estudos no Brasil, o médico Edson Morei­ra, informou que a farmacêuti­ca deverá enviar os dados para registro da vacina ainda em no­vembro, junto com um pedido para uso emergencial.

“A Pfizer pretende fazer isso [pedido de registro] até o final desse mês, até a terceira sema­na. E, diante da gravidade do assunto e da importância de saúde pública, também pedir uma aprovação para uso e dis­tribuição emergencial”, afirma Moreira.

O diretor-geral da Orga­nização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afir­mou nesta segunda-feira que uma vacina contra a covid-19 é necessária com urgência, mas ressaltou que um imunizante por si só não resolverá todas as vulnerabilidades da crise glo­bal. O comentário foi feito na abertura da Assembleia Mun­dial da Saúde, antes do anúncio sobre a eficácia da vacina de­senvolvida pela Pfizer em par­ceria com a BioNTech.

“Uma vacina não pode re­solver o subinvestimento global em funções essenciais de saúde pública e sistemas de saúde re­silientes, nem a necessidade ur­gente de uma abordagem que englobe humanos, animais e o planeta que compartilhamos”, afirmou o diretor. Tedros ainda indicou que 186 países já parti­cipam da iniciativa Covax para a distribuição de vacinas.

O presidente eleito dos Es­tados Unidos, Joe Biden, co­memorou o anúncio da Pfizer e da BioNTech de que a vacina experimental que desenvolvem em conjunto se mostrou 90% eficaz na prevenção do corona­vírus. No entanto, o democrata ponderou que a notícia não en­cerra a luta contra a doença. “É importante entender que o fim da batalha contra a covid-19 ainda está a meses de distância”, destacou, em comunicado.

A Novavax também anun­ciou nesta segunda-feira que recebeu do órgão regulador de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration), agência federal, a designação para rápida aprovação da pos­sível vacina que está testando para a covid-19.

A decisão da FDA deve aju­dar a acelerar o desenvolvimen­to do imunizante. A empresa norte-americana de biotecno­logia pretende iniciar a fase 3 de testes da NVXCoV2373 – como é conhecida a candidata à vacina – nos EUA e México até o fim de novembro.

O Ministério da Saúde mantém negociações com a farmacêutica Pfizer, além de outras produtoras de vacina contra a covid-19. Em nota, a pasta diz que “todas as va­cinas com estudos avançados no mundo estão sendo anali­sadas, inclusive a do labora­tório Pfizer”.

“Atualmente, o Ministério acompanha cerca de 254 pes­quisas, algumas com testes já bem avançados. Todas as apos­tas necessárias serão feitas para achar uma solução efetiva, em qualidade e quantidade neces­sárias para imunizar a popula­ção brasileira”, informa.

O discurso no ministério é de que o governo comprará a primeira vacina segura que chegar ao mercado. O presi­dente Jair Bolsonaro, no entan­to, já determinou o Ministério da Saúde a manifestar que es­tava vetada a compra da Coro­naVac, pois quem lidera as tra­tativas para o acesso da droga no Brasil é o governador João Doria (PSDB).

O governo brasileiro fechou contrato para compra de 100 milhões de doses do imunizan­te feito pela AstraZeneca/Ox­ford. Em outra frente de atua­ção para encontrar uma vacina, o Brasil espera receber doses para 10% da população por meio do consórcio Covax Faci­lity, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O governo federal inves­tiu cerca de R$ 2 bilhões para viabilizar a compra do produto da AstraZeneca/Oxford, além da produção da droga no Bra­sil, que exigiu adequações em laboratórios da Fiocruz. Já o custo para entrar no Covax Fa­cility foi de R$ 2,5 bilhões.

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