A Polícia Federal esteve nesta quinta-feira, 5 de novembro, no comitê de campanha de Fernando Chiarelli, de 63 anos, que disputa a prefeitura de Ribeirão Preto pelo Patriota. Os agentes estiveram também em uma gráfica na cidade de Jaboticabal onde é impresso o material publicitário do candidato.
As buscas foram realizadas amparadas por um mandado concedido pela Justiça Eleitoral após outro candidato a prefeito procurar o Ministério Público Eleitoral (MPE) alegando que o material tinha conteúdo ofensivo. O caso tramita em segredo de Justiça. Na mesma decisão, o juiz Sylvio Ribeiro de Souza Neto, da 305ª Zona Eleitoral de Ribeirão Preto, negou o pedido da Promotoria para o recolhimento do material na casa de Chiarelli.
A Polícia Federal afirmou que cumpriu a ordem da Justiça Eleitoral, mas não encontrou nenhum santinho, panfleto ou outro tipo de produto publicitário na gráfica em Jaboticabal. Segundo a empresa, todo o material de campanha de Fernando Chiarelli já havia sido entregue à coordenação de campanha do professor de literatura e inglês. Ele disse à imprensa que é alvo de “perseguição política”.
Boletim de ocorrência
Ainda nesta quinta-feira, Cris Bezerra, de 52 anos, que também concorre à prefeitura pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), registrou boletim de ocorrência (BO) por calúnia e difamação contra Chiarelli.
No boletim, a professora e historiadora acusa o candidato do Patriota de tê-la difamado durante o debate de televisão com os candidatos a prefeito realizado pela TV Thathi, na noite de quarta-feira, 4 de novembro. Ao se referir à candidata, ele a chamou de “cabritona, laranja e laranjona”.
Segundo o BO, ele também cometeu uma série de difamações ao dizer “a senhora tinha que ter vergonha na cara de ser laranja de um bandido desse calibre. A senhora é uma sem vergonha. A senhora é uma laranja do maior ladrão desse país. Cria vergonha.”
Também é acusado de cometer calúnias ao dizer “devia tá inclusive lá com a Dárcy Vera em Tremembé, junto que com certeza eles lavavam dinheiro junto também hein, eu acredito que sim, eu acredito que sim”, afirmou. O boletim foi feito por meio eletrônico.
Chiarelli já foi condenado e preso por crime de calúnia, difamação e injúria e ainda não está garantido na corrida pelo Palácio Rio Branco, já que o juiz Lúcio Alberto Eneas da Silva Ferreira, da 108ª Zona Eleitoral, manteve o indeferimento do registro de sua candidatura. O candidato recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).
A decisão é de segunda-feira, 2 de novembro. A polêmica envolve o pagamento de multa de R$ 73.333,24 em ação penal proposta pela ex-prefeita Dárcy Vera na qual Chiarelli por foi condenado em todas as instâncias. O candidato já pagou a dívida, mas depois do indeferimento da candidatura.
O juiz entende que o professor está com os direitos políticos suspensos por não ter quitado a multa criminal aplicada nos autos da uma ação penal da 265ª Zona Eleitoral e questiona de onde vieo o dinheiro para o candidato do Patriota efetuar o pagamento, sendo que, ao TRE paulista, ele declarou não possuir bens.
Chiarelli disse à imprensa que a multa está paga e tem a certidão positiva da Receita Federal. O candidato do Patriota também informou que segue normalmente com a campanha e vai recorrer da decisão em todas as instâncias.