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Dengue ‘trava’ no segundo semestre

Mosquito transmissor da Dengue - Divulgação

Desde o dia 1º de janeiro e até 31 de outubro, Ribeirão Preto somava 17.538 casos con­firmados de dengue e a Secreta­ria Municipal da Saúde (SMS) investiga mais 26.483 pacientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exa­mes, segundo o Boletim Epide­miológico divulgado nesta quar­ta-feira, 4 de novembro.

A tendência é de queda, ape­sar de Ribeirão Preto ter decla­rado epidemia de dengue ainda no primeiro semestre, a sexta em onze anos. A média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes ae­gypti – vetor da doença, do zika vírus e das febres chikungunya e amarela – em 304 dias é de 57, menos de três por hora (2,3). O pico do ano ocorreu entre ja­neiro e maio, de 102 pacientes a cada 24 horas.

Dos 17.538 casos confirma­dos até agora, 2.933 são de ja­neiro, 6.660 de fevereiro, 5.029 de março, 1.862 de abril, 806 de maio, 169 de junho, 53 de julho, 16 de agosto, oito de setembro e apenas dois de outubro. No mesmo mês de 2019 foram 51, e a queda neste ano chega a 96,1%, ou 49 enfermos a menos. No quadrimestre de julho a outubro deste ano, o Aedes agypti fez 79 vítimas, contra 501 do mesmo período de 2019. São 422 a me­nos em 2020, retração de 84,2%.

Na comparação com o qua­drimestre anterior, a queda é de 99%. São 7.787 pacientes a me­nos dos que os 7.866 de março a junho. Porém, o número de vítimas do Aedes aegypti em dez meses de 2020 já está 21,6% acima das 14.421 pessoas in­fectadas em 2019 inteiro, com 3.117 ocorrências a mais. No ano passado, três pessoas morre­ram em Ribeirão Preto vítimas de dengue hemorrágica – não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus.

Em 2020, já ocorreram seis mortes na cidade, mas um caso é importado de São Simão e a Secretaria da Saúde contabiliza cinco, oficialmente – nove exa­mes aguardam resultado e estão à espera de confirmação. Neste ano, a maioria das vítimas do mosquito tem entre 20 e 39 anos (6.535).

Depois aparecem os adultos de 40 a 59 anos (4.403), jovens de dez a 19 anos (2.774), idosos com mais de 60 anos (1.908), crianças de 5 a 9 anos (1.157), de um a quatro anos (649) e meno­res de um ano (112). Em 2020, os casos de dengue foram regis­trados nas regiões Oeste (5.089), Leste (3.629), Norte (3.558), Sul (3.301) e Central (1.961) – não há ocorrências sem identifica­ção de distrito.

Quatro vezes mais casos
Ribeirão Preto acumula 140.823 casos de dengue e pelo menos cinco grandes epidemias em pouco mais de onze anos, desde 2009. Pior: o número de vítimas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor, pode ser quatro vezes superior e passar de 563 mil, segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde.

Um estudo divulgado du­rante as últimas epidemias in­dica que, para cada caso con­firmado da doença, outros três não são notificados. Neste caso, o número de infectados pode chegar a 563.292 pessoas em onze anos e oito meses. Ribeirão Preto não tem casos de chikun­gunya, zika vírus e febre amarela neste ano, mas tem quatro de sarampo confirmados – 14 já foram descartados –, segundo o Boletim Epidemiológico da Se­cretaria Municipal da Saúde.

Em 2018, Ribeirão Preto re­gistrou 271 casos de dengues. Em 2017, foram 246, o volume mais baixo dos últimos doze anos. Em 2014 foram 398 re­gistros. Nos demais oito anos os casos confirmados foram su­periores a mil, em alguns deles passando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos, maior surto da história da cida­de), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179). O terceiro menor registro de casos ocorreu em 2012, com 317. Ri­beirão Preto também constatou 1.700 casos em 2009 e 4.689 em 2015.

Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009……………………………………………………………………… 1.700 casos
2010……………………………………………………………………. 29.637 casos
2011……………………………………………………………………. 23.384 casos
2012………………………………………………………………………… 317 casos
2013……………………………………………………………………. 13.179 casos
2014………………………………………………………………………… 398 casos
2015’…………………………………………………………………….. 4.689 casos
2016……………………………………………………………………. 35.043 casos
2017………………………………………………………………………… 246 casos
2018………………………………………………………………………… 271 casos
2019……………………………………………………………………. 14.421 casos
2020…………………………………………………………………..17.538 casos *

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