Apesar da pandemia do coronavírus, mais da metade da população brasileira está feliz. Pelo menos foi o que revelou o levantamento “Global Happiness 2020”, realizado pela consultoria Ipsos com 20 mil adultos de 27 países. Os entrevistados deviam responder uma pergunta simples:
“Considerando todos os aspectos, você diria que está muito feliz, razoavelmente feliz, não muito feliz ou nada feliz?”. Dentre os mil brasileiros ouvidos, 63% se autodeclararam felizes, sendo que, destes, 14% estão “muito felizes” e 49% “razoavelmente felizes”. O levantamento foi realizado entre 24 de julho e 7 de agosto deste ano.
Segundo a pesquisa, o grau de felicidade no Brasil é semelhante à média global. Dos 20 mil entrevistados, 63% se consideram felizes – sendo 11% “muito felizes” e 52% “razoavelmente felizes”. Os países cujos entrevistados possuem níveis mais altos de felicidade são China (93%), Holanda (87%), Arábia Saudita (80%), França (78%) e Canadá (78%).
Já entre os países que menos declaram estar felizes, os latino-americanos aparecem em peso: Peru (32%), Chile (35%), Espanha (38%), Argentina (43%), Hungria (45%) e México (46%). Na classificação das 27 nações, o Brasil é a 14ª com maior grau de felicidade entre os participantes.
Desde 2011 a consultoria já realizou seis edições do levantamento “Global Happiness”. O histórico dos resultados anteriores mostra que o Brasil, de 10 anos para cá, diminuiu em 14 pontos percentuais a sua taxa de felicidade. Em 2011 eram 77% que se declaravam felizes; hoje, são 63%. Em relação ao ano passado, no entanto, quando 61% dos entrevistados brasileiros declararam estar felizes, houve um leve aumento de 2%, dentro da margem de erro.
Os motivos da felicidade
Após uma análise quantitativa a pesquisa da Ipsos apresentou aos entrevistados 29 possíveis motivos para esse sentimento. Eles classificaram se cada uma deles trazia ou poderia trazer “mais felicidade”, “alguma felicidade” ou “não poderia trazer felicidade” para suas vidas.
As cinco maiores fontes de felicidade dos brasileiros identificadas pelo levantamento foram: minha saúde e bem-estar físico (68%), sentimento de que minha vida tem significado (62%), ter um bom emprego (61%), ter controle sobre minha vida (60%) e minha proteção e segurança pessoais (59%).
Em nível global, algumas prioridades divergiram, mas o primeiro e o quarto lugar se mantiveram os mesmos: minha saúde/bem-estar físico (55%), meu relacionamento com meu parceiro/cônjuge (49%), meus filhos (49%), sentir que minha vida tem significado (48%) e minhas condições de vida – água, comida, abrigo (45%).
Segundo a consultoria é possível que o fato da pesquisa ter sido conduzida por meio virtual tenha diminuído a representação de pessoas mais pobres na amostra, integrantes da chamada Classe E. No entanto, argumenta que a internet tem hoje grande penetração no país, e alcança algo como 74% dos brasileiros.
Entre os brasileiros com mais de dez anos de idade, o acesso à internet é de 74,7%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua — Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua — TIC), de 2018.
A pesquisa foi realizada na plataforma on-line Global Advisor da Ipsos, entre 24 de julho e 7 de agosto de 2020. Foram realizadas 19.516 entrevistas em 27 países, sendo 1.000 no Brasil. A margem de erro para o Brasil é de 3.5 pontos percentuais. A Ipsos é uma empresa de pesquisa de mercado independente, presente em 90 mercados. A companhia tem globalmente mais de 5.000 clientes e 18.130 colaboradores.
Origem do Dia Internacional da Felicidade
O Dia Mundial da Felicidade foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em junho de 2012. Mas, a proposta da iniciativa foi do Butão, um pequeno país asiático, que se orgulha de possuir uma das populações mais felizes do mundo.
A decisão de criar um dia dedicado à felicidade surgiu durante uma reunião geral das Nações Unidas, sob o tema “Felicidade e Bem-Estar: Definindo um Novo Paradigma Econômico”, em abril de 2012.
Com aprovação pelos 193 países-membros, a proposta de Butão foi aceita e o Dia Internacional da Felicidade passou a incorporar o calendário oficial da ONU em 20 de março. Assim, em 2013 o mundo comemorou pela primeira vez o Dia Internacional da Felicidade. Desde 1972, Butão adota uma postura de “felicidade bruta e absoluta”, fazendo com que a “Felicidade Nacional Bruta” seja prioridade acima do Produto Interno Bruto (PIB) do país.