A Polícia Civil de São Paulo incluiu em sua lista de mais procurados o traficante André Oliveira Macedo, o André do Rap. Ele foi libertado por força de um habeas corpus do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão acabou revertida pelo presidente da Corte, Luiz Fux, mas Macedo não foi mais localizado pelas autoridades, passando a ser considerado um foragido da Justiça.
A polícia paulista classificou André do Rap como um “contumaz no crime, membro de organização criminosa e apontado no Brasil como contato da máfia italiana Ndrangheta”. O informe lembra que ele deixou a penitenciária de Presidente Venceslau (SP) no sábado, 10 de outubro, mas no domingo (11) foi emitida nova ordem para a sua prisão. “Desde então André é considerado procurado pela Justiça”, acrescenta o informe que acompanha a lista dos mais procurados.
Também nesta terça-feira (13), a Polícia Federal pediu a inclusão de André do Rap na difusão vermelha da Interpol. A difusão vermelha é o alerta máximo da Organização Internacional de Polícia Criminal e limita os deslocamentos do alvo. A busca pelo traficante está mobilizando as polícias em razão da sua considerada periculosidade.
Ele foi preso em setembro do ano passado em Angra dos Reis, litoral fluminense, e era tido como liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC) no tráfico internacional de drogas para a Europa e África. Investigadores acreditam que ele pode ter deixado o País, após a sua liberação da cadeia durante o fim de semana.
Um destino considerado provável é o Paraguai, onde o PCC possui integrantes capazes de oferecer proteção e até novos esconderijos para o homem. Ainda nesta terça-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação de André do Rap a 15 anos e seis meses de prisão pelo crime de tráfico internacional de drogas.
O caso foi decidido pela Sexta Turma do tribunal. O traficante é acusado de integrar uma organização criminosa especializada no envio de drogas para a Europa, utilizando o Porto de Santos. Os fatos foram investigados na Operação Oversea, da Polícia Federal (PF), em 2014. A polêmica sobre a soltura de um dos chefes do PCC levou ministros das cortes superiores a defenderem que o tema seja analisado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ideia é uniformizar o entendimento sobre a lei que possibilitou a saída da prisão de André do Rap. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu um novo pedido para autorizar a retomada da comissão especial formada para discutir a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. Os trabalhos do grupo foram suspensos em razão da pandemia da covid-19. Desde março, toda a pauta do Legislativo está voltada para projetos que visem contornar os efeitos da crise sanitária.