O Brasil tinha 3,4 milhões de empresas em funcionamento na segunda quinzena de agosto, sendo que 33,5% delas informaram que a pandemia do novo coronavírus afetou negativamente suas atividades. Os dados são da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da covid-19 nas Empresas, que integram as Estatísticas Experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para 37,9% das empresas em funcionamento, o efeito da pandemia sobre os negócios foi pequeno ou inexistente, enquanto outros 28,6% relataram ter observado um impacto positivo. As empresas do setor de construção foram as que mais sentiram impactos negativos da covid-19: 40% das companhias do setor se queixaram dos reflexos da pandemia.
No comércio, 36% das companhias reportaram efeitos negativos nos negócios. Na indústria, 31,8% das empresas foram impactadas negativamente, enquanto nos serviços houve efeitos negativos em 30,5% das companhias. Os efeitos negativos foram percebidos por 33,7% das empresas de pequeno porte, 22,8% das intermediárias e 23,8% das grandes empresas.
Entre as regiões, a pandemia impactou negativamente 30,4% das empresas no Norte; 35,0% no Sudeste, 37,2% no Sul, 31,4% no Centro Oeste e 24,7% no Nordeste. A pandemia do novo coronavírus provocou uma queda nas vendas ou serviços comercializados em 32,9% das empresas em funcionamento no País na segunda quinzena de agosto.
Por outro lado, 34,7% das empresas disseram que o efeito foi pequeno ou inexistente, e outros 32,2% das companhias declararam ter registrado aumento nas vendas com a pandemia. Entre as regiões, houve diminuição das vendas em 36% das empresas do Sudeste e em 40,6% das companhias no Sul. No Centro-Oeste, 26,7% relataram recuo nas vendas, enquanto no Norte esse percentual foi de 23,4%.
No Nordeste, apenas 15,4% das empresas relataram vendas menores, enquanto outros 58,6% disseram que houve aumento. Entre os setores, 42,7% das empresas da construção tiveram redução nas vendas. Na indústria, 29,8% venderam menos. Nos serviços, houve redução em 30,8% das companhias.
Por outro lado, 40,7% das empresas do comércio perceberam aumento nas vendas, com destaque para o comércio de veículos, peças e motocicletas (46,6%) e o varejista (43,0%). Outros 34,3% das empresas comerciais tiveram redução nas vendas.
A queda nas vendas foi mais sentida entre as pequenas empresas, alcançando 33,1% delas. Entre as grandes empresas, 22,8% venderam menos, e entre as médias empresas essa proporção foi de 19,8%. A perda de trabalho por milhões de brasileiros derrubou a massa de salários em circulação na economia durante a pandemia do novo coronavírus.
Na segunda quinzena de agosto, 280 mil empresas reduziram a quantidade de empregados em relação à quinzena anterior, sendo que 56,8% delas diminuíram em até 25% o quadro de pessoal. A maioria, 85% delas, o equivalente a 2,9 milhões de companhias, manteve o número de funcionários no período em relação à quinzena anterior. Uma fatia de 8,1% indicaram demissões.
Na segunda quinzena de agosto, 54,4% das empresas em funcionamento não tiveram alteração significativa na sua capacidade de fabricar produtos ou atender clientes, mas 31,4% relataram dificuldades, enquanto 13,9% registraram facilidades. Quanto ao acesso aos fornecedores, 44,1% não perceberam alteração significativa, mas 46,8% tiveram dificuldades.
Cerca de 40,3% das empresas em funcionamento reportaram dificuldades em realizar pagamentos de rotina na segunda quinzena de agosto, enquanto 53% consideraram que não houve dificuldade. Entre as companhias em atividade, 23,8% adiaram o pagamento de impostos e 11% conseguiram uma linha de crédito emergencial para o pagamento da folha salarial.
Na segunda quinzena de agosto, 21,4% das empresas afirmaram que foram apoiadas pela autoridade governamental na adoção de medidas emergenciais contra a pandemia. Essa percepção de apoio dos governos foi mais elevada entre as empresas que adiaram o pagamento de impostos (47,9% delas) e entre as que conseguiram linhas de crédito para o pagamento da folha salarial (61,6%).