Tribuna Ribeirão
Saúde

Anvisa inicia revisão para registro da vacina de Oxford

KOKI KATAOKA-REUTERS

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quinta-feira, 1º de outubro, que deu iní­cio ao processo de revisão de dados para registro da vacina contra a covid-19 feita pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêuti­ca AstraZeneca. O processo é realizado por submissão contínua, ou seja, as informa­ções são avaliadas conforme se tornam disponíveis, não apenas no momento de um pedido formal.

De acordo com o órgão regulador, a área técnica co­meçou a avaliar os dados referentes aos estudos não clínicos, que são testes feitos em animais para verificar os efeitos gerais do produto. Dessa forma, ainda não é pos­sível chegar a conclusões sobre segurança, qualidade e eficácia da candidata. A etapa que ava­lia esses parâmetros é a fase 3 dos estudos clínicos, realizados em humanos, que estão sendo conduzidos em diferentes pa­íses, inclusive no Brasil com dez mil voluntários.

No final de junho, o go­verno brasileiro anunciou um acordo de cooperação com a Universidade de Ox­ford e a farmacêutica Astra­Zeneca para a produção em território nacional da vacina. O imunizante será fabricado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que prevê 265 mi­lhões de doses aos brasileiros, segundo informou Nísia Trin­dade, presidente da entidade, nesta quarta-feira, 30, durante reunião da Comissão Externa de Enfrentamento à covid-19, da Câmara dos Deputados.

Caso os testes da vacina tenham sucesso, o Ministério da Saúde prevê iniciar a va­cinação já em dezembro. Há dois meses, o secretário de vigilância em saúde Arnaldo Correia de Medeiros afirmou que o governo já encomendou 100 milhões de unidades do imunizante experimental e o Brasil deve receber um pri­meiro lote, de 15 milhões de doses, no último mês do ano.

Esse novo procedimento regulatório, chamado de sub­missão contínua, foi elabora­do pela agência a fim de dar maior agilidade à análise de­vido à urgência imposta pela pandemia. Com a simplifi­cação, não será mais preciso esperar que todos os dados e documentos técnicos estejam disponíveis, nem que sejam preenchidos os requerimen­tos regulatórios necessários ao pedido de registro. Este será feito posteriormente.

A proposta da Anvisa, divulgada em nota técnica, também determina que a equipe fará a análise da do­cumentação em até 20 dias após a inclusão das infor­mações. O prazo, no entan­to, depende “da quantidade de dados submetida, conta­dos a partir da data do pro­tocolo”. A cada novo paco­te de dados que é enviado à agência, um aditamento com as informações sobre a pesquisa é feito e não há limite para a quantidade de pacotes a serem submetidos.

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