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Orçamento apertado será desafio em 2021

JF PIMENTA/ESPECIAL PARA O TRIBUNA

Levantamento realizado por uma coalizão de 28 en­tidades revela que, em Ribei­rão Preto, 95% de todas as receitas correntes estão com­prometidas com despesas fi­xas, como remuneração do funcionalismo e manutenção de serviços já existentes.

Assim, não sobraria mar­gem para investimento e cria­ção de novos programas. Por conta deste cenário, a prefei­tura teria recebido a pior nota possível do Tesouro Nacional no quesito Poupança Corrente, que avaliou as contas nos anos de 2017, 2018 e 2019.

O estudo denominado Pla­no de Cidade, documento de planejamento estratégico para Ribeirão Preto para os próxi­mos dez anos, foi elaborado por entidades como o Ob­servatório Social, Associação Comercial e Industrial, Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Associa­ção das Empresas de Serviços Contábeis (Aescon) e Instituto Ribeirão 2030.

De acordo com o Plano de Cidade, o próximo prefeito – que pode ser o atual, Duarte Nogueira (PSDB) – precisará dar continuidade às reformas do Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM), que consumiu, entre novembro de 2017 e dezembro de 2019, aproximadamente R$ 470 mi­lhões em recursos públicos para amortização do rombo de suas contas.

Também será necessário realizar uma reforma admi­nistrativa para atualizar a estrutura do funcionalismo público, principalmente com o novo cenário de mediação tecnológica na prestação dos serviços. Hoje, a folha da pre­feitura é de aproximadamen­te R$ 63 milhões por mês.

Os municípios recebem nota A quando essa propor­ção é inferior a 90%, nota B quando fica entre 90% e 95% e nota C quando está acima de 95%. Esse é o caso de Ribeirão Preto. “É importante ressaltar que houve um grande avanço na gestão das contas públicas na atual gestão, mas apesar desse avanço não podemos dizer que estamos próximos do ideal”, afirma Marcio Mi­noru Garcia Takeuchi.

Ele é membro do Conse­lho de Administração do Ob­servatório Social de Ribeirão Preto. “Ainda há muito para avançarmos, iniciando-se por essa classificação do Tesouro Nacional”, completa. O estudo afirma que a situação do muni­cípio melhorou em relação ao triênio anterior (2016-2018), quando Preto tinha compro­metimento de 95,7%.

Mesmo assim, o contexto será ainda mais delicado em 2021, em razão da queda de receitas e aumento de despesas pela pandemia do novo coro­navírus, conforme divulgado pela prefeitura na prévia da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021 – a estimativa de receita é de R$ 3.522.693.665,00. São R$ 2.652.107.920,00 da ad­ministração direta (75,3%) e R$ 870.585.745,00 da indire­ta (24,7%).

O estudo argumenta tam­bém que a Lei de Responsabi­lidade Fiscal (LRF) fez o mu­nicípio recorrer ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) em 2019 para conseguir a modulação do impacto do rombo do IPM na contabilização dos gastos com pessoal, que acabou sen­do escalonada até 2023.

Se o déficit do IPM fosse computado integralmente para fins de enquadramento na LRF, hoje mais de 52% da receita es­taria comprometida com gastos com pessoal, acima do limite prudencial da legislação, o que impede novas contratações.

O Plano de Cidade defen­de a otimização da máquina pública, com corte de despe­sas, e aumento de receitas pelo desenvolvimento econômico, e não pelo acréscimo de tribu­tos. Esse tema é discutido di­retamente nas duas primeiras metas do documento.

Organizado em 30 metas, 181 estratégias e 293 ações, o Plano de Cidade é dividido em quatro eixos: modernização da gestão, desenvolvimento econô­mico, políticas sociais e políticas urbanas e ambientais. A íntegra do estudo e a versão resumida estão em www.ribeirao2030. com.br/planodecidade.

O documento foi elabo­rado após mais de 100 entre­vistas, envolvendo desde es­pecialistas e gestores públicos até lideranças comunitárias, e consultas em bases de dados oficiais. O Instituto Ribeirão 2030 coordenou a elaboração do Plano de Cidade.

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