A Defesa Civil voltou a alertar a região e todo o interior paulista sobre uma forte onda de calor, com índices críticos de umidade relativa do ar para os próximos dias no estado de São Paulo. A temperatura deve oscilar entre 35 graus Celsius e 40ºC até segunda-feira, 5 de outubro.
Já faz mais de uma semana que a temperatura voltou a ficar acima de 35ºC em Ribeirão Preto. Nesta quarta-feira, dia 30, Ribeirão Preto voltou a registrar a temperatura mais alta do ano. Às 15 horas, chegou a 39ºC, com sensação térmica de 44ºC, mesmo índice de terça-feira (29).
Havia 17 anos que a cidade não registrava um calorão desses em setembro. Às 16h20, os termômetros marcavam 38ºC. O jeito é apelar para água e sorvete, além de ventiladores e ambientes com ar-condicionado. Na tarde do dia 10, ainda durante o inverno a cidade já havia registrado 38ºC.
A Lagoa do Saibro, na Zona Leste de Ribeirão Preto, área de recarga do Aquífero Guarani, chegou a secar. Seguindo o site Climatempo, a previsão para esta terça-feira era de mínima de 21ºC e máxima de 40ºC. A umidade oscilou entre 12% e 35%.
Para esta quinta-feira (1º) o quadro também é desolador. A temperatura deve oscilar entre 23ºC e 41ºC, com a umidade entre 12% e 35%, sem previsão de chuva. O cenário é o mesmo para sexta-feira (2). A diferença é que a umidade relativa do ar não deve passar de 32%.
O ideal é de 60%, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Abaixo de 30% o município entra em estado de atenção e quando o índice é inferior a 20% a situação é de alerta. Abaixo de 12% já é considerado um caso de emergência.
A massa de ar seco e quente que está sobre o interior do Brasil deve permanecer até a próxima semana, elevando as temperaturas e afastando as possibilidades de chuva, em especial nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.
A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é que as temperaturas continuem elevadas, com máximas acima dos 30 graus em praticamente todo o Brasil, podendo ter picos de 40°C nas regiões Centro-Oeste e Sudeste e mínimas entre 14°C e 26°C.
O fenômeno é consequência da massa de ar seco e quente que cobre o Brasil Central e gera uma gigante bolha de ar quente, as chamadas cúpulas de calor ou “heat dome”. A área de alta pressão em altitude gera movimentos de descida na atmosfera com calor extremo e tempo muito seco.
A forte estiagem com baixa disponibilidade de umidade no solo acaba agravando a situação e cria-se um mecanismo em que o tempo seco agrava o calor e o calor agrava o tempo seco, gerando ainda maior evapotranspiração.