A equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha, foi acionada na segunda-feira, 28 de setembro, para atender uma ocorrência envolvendo um filhote de jubarte (Megaptera novaeangliae) na Praia do Jabaquara, em Ilhabela, no Litoral Norte paulista. O filhote estava morto, e a equipe foi acionada durante o monitoramento embarcado que ocorre na região.
Para realização de uma melhor avaliação da causa da morte do animal, ele foi transportado para a Praia da Armação, também situada na ilha, mas de mais fácil acesso, para que a equipe de veterinários pudesse realizar a necropsia. Nesta terça-feira, dia 29, a equipe PMP-BS Argonauta logo cedo foi realizar o procedimento e trabalha nas primeiras análises do material que foi coletado. O filhote foi enterrado na praia com o apoio da prefeitura de Ilhabela.
Presidente do Instituto Argonauta, o oceanógrafo Hugo Gallo Neto complementa: “Ele foi encontrado emaranhado em uma rede de cerco, mas na necropsia não foi possível identificar a presença de água no pulmão, então não se pode afirmar que ele tenha morrido pela rede de pesca. Infelizmente a pesca incidental acaba afetando os cetáceos em todo o mundo”.
A pesca incidental é quando o animal pego não é objeto da pescaria, mas, cabe ressaltar que, o sistema chamado cerco de pesca é um método artesanal que seleciona o pescado, mas que baleias desorientadas, ou mesmo carcaças à deriva podem acabar se prendendo em sua rede.
Geralmente as jubartes migram da Antártica para a costa sul da Bahia durante o inverno para fins de reprodução e amamentação, em busca de águas mais quentes e limpas, e por isso são avistadas na região do Litoral Norte – um dos caminhos da sua longa trajetória.
Os filhotes acompanham o longo trajeto das baleias até a costa sul da Bahia e podem permanecer mais um tempo com sua mãe ou separar-se dela. Ainda que independente, o filhote não estará completamente desenvolvido. Ele pode realizar até cinco migrações completas antes de atingir sua maturidade sexual, por volta dos quatro ou seis anos de idade.
Outra baleia
Ainda na segunda-feira, a equipe PMP-BS do Instituto Argonauta recebeu outro acionamento envolvendo uma baleia morta, em estado mais avançado de decomposição, boiando na altura da Praia da Almada, situada em Ubatuba. Com o estágio avançado de decomposição não foi possível ainda identificar qual a sua espécie. O animal foi apoitado na Praia do Prumirim, para que a equipe pudesse realizar uma avaliação mais detalhada.