Tribuna Ribeirão
Geral

Temperatura em RP bate recorde

ALFREDO RISK

A Defesa Civil voltou a aler­tar a região e todo o interior paulista sobre uma forte onda de calor, com índices críticos de umidade relativa do ar para os próximos dias no estado de São Paulo. Já faz uma semana que a temperatura voltou a fi­car acima de 35 graus Celsius em Ribeirão Preto.

Nesta terça-feira, dia 29, Ribeirão Preto registrou a temperatura mais alta do ano. Às 15 horas, chegou a 39ºC, com sensação térmica de 44ºC. Havia 17 anos que a cidade não registrava um ca­lorão desses em setembro. Às 16h20, os termômetros mar­cavam 38ºC, com a umidade relativa do ar em 4%.

O jeito é apelar para água e sorvete, além de ventilado­res e ambientes com ar-con­dicionado. Até choveu na noite de ontem, por volta das 19h40, mas muito pouco e apenas em alguns bairros da cidade. A temperatura “caiu” para 32ºC às 21 horas.

Na tarde do dia 10, ainda durante o inverno a cidade já havia registrado 38ºC.

A Lagoa do Saibro, na Zona Leste de Ribeirão Preto, área de recarga do Aquífero Guarani, chegou a secar. Seguindo o site Climatempo, a previsão para esta terça-feira era de mínima de 21ºC e máxima de 40ºC.

A umidade oscilou entre 12% e 50%. Para esta quar­ta-feira (30) o quadro é ain­da mais desolador. A tem­peratura deve oscilar entre 23ºC e 41ºC, com a umidade entre 12% e 35%, sem previ­são de chuva. O cenário é o mesmo para quinta-feira, 1º de outubro, e sexta-feira (2). A diferença é que a umidade relativa do ar não deve pas­sar de 32%.

O ideal é de 60%, segun­do a Organização Mundial de Saúde (OMS). Abaixo de 30% o município entra em estado de atenção e quando o índice é infe­rior a 20% a situação é de alerta. Abaixo de 12% já é conside­rado um caso de emergência.

A massa de ar seco e quen­te que está sobre o interior do Brasil deve permanecer até a próxima semana, elevando as temperaturas e afastando as possibilidades de chuva, em especial nas regiões Centro-O­este e Sudeste.

A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (In­met) é que as temperaturas continuem elevadas, com má­ximas acima dos 30 graus em praticamente todo o Brasil, po­dendo ter picos de 40°C nas re­giões Centro-Oeste e Sudeste e mínimas entre 14°C e 26°C.

O fenômeno é consequên­cia da massa de ar seco e quen­te que cobre o Brasil Central e gera uma gigante bolha de ar quente, as chamadas cúpulas de calor ou “heat dome”. A área de alta pressão em altitude gera movimentos de descida na at­mosfera com calor extremo e tempo muito seco.

A forte estiagem com bai­xa disponibilidade de umida­de no solo acaba agravando a situação e cria-se um meca­nismo em que o tempo seco agrava o calor e o calor agrava o tempo seco, gerando ainda maior evapotranspiração.

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