A disputa para o direito de uso da cadeira de Prefeito de Ribeirão nos próximos quatro anos está começando esta semana oficialmente (porque “inteligentemente” cada candidato sempre começa antes, do seu jeito, nos seus ambientes, sub-repticiamente), além do noticiário das mídias falada, escrita e televisiva, ilustradas pelos desejosos ou indesejados competidores. Quem é quem. Quase todo mundo já sabia de todos. Até dos que seriam, mas não são.
Uma campanha sem surpresas. E sem atrativos. Novidade seria o desinteresse do Nogueira pela reeleição; o apoio público e incondicional do radialista crítico Ricardo Silva ao Prefeito Nogueira; o ex-juíz de direito Gandini declarar que desistiu porque a política é coisa séria; o Chiareli pedir pacificamente aos concorrentes atitudes éticas, respeito recíproco, rogando a benção de Deus; enquanto os demais oferecessem detalhados planos de governo para a saúde, educação e habitação, principalmente.
Como todos os candidatos são pessoas idôneas, capazes para administrar a “máquina” que estava nas mãos da Dárcy Vera, só nos cabe pensar que de fato são bem intencionados, conhecem a cidade como ninguém e querem melhorar as condições de vida dos ribeirão-pretanos, ricos ou não. Sem maiores (nem menores) conflitos. E que todos se comprometam terminar as obras em andamento, pagar as dívidas acumuladas, valorizar o funcionalismo municipal com planos de carreira compensadores. Sem aumentar o IPTU.
Difícil imaginar o futuro depois de tudo que soubemos, ouvindo, lendo, assistindo e pressentimos, nestes últimos anos. Não temos o direito de desacreditar nos propósitos de ninguém. Torceremos por uma campanha essencialmente limpa, sem agressões, nem maus exemplosde pessoas civilizadas. Conseguirão?
Para 2020 a sorte está lançada. Mas alguns fatos recentes sugerem os desdobramentos políticos dos próximos anos. Sem ter “bola de cristal”, eis alguns cenários:
1. Ricardo Silva, tido como o maior competidor para a disputa com Nogueira (este poderia não vencê-lo), desistiu da candidatura (que presentão!). Mas garantiu apoio (do Nogueira) para se eleger deputado federal em 2022?
2. Nogueira, se reeleito, não poderá disputar em 2024. A desistência (de hoje) de Ricardo Silva seria retribuída por Nogueira, apoiando Ricardo à Prefeitura (Nogueira já terá esquecido as críticas)?
3. Nogueira, se reeleito em 2020, depois de dois anos (em 2022) passaria a Prefeitura para o vice (imitaria Palocci) para voltar a ser deputado federal (não interromperia a carreira)?
4. Gandini, em 2022, voltaria ao PT para disputar, na Assembleia de São Paulo, a vaga de Gasparini (que já se aposentou da política)?
Estes cenários (pessoais) são meras possibilidades (hipóteses da lógica política). O partido não importa.
Silenciosas alianças atuais: existem? Nunca se soube dos compromissos do passado, cumpridos ou não, de solenes juramentos do “fio do bigode” (?), com fortes apertos de mãos, goles do melhor whisky, abraços “de amigos” e sob os críticos olhares das esposas em jantares nos famosos restaurantes de São Paulo. Aqui, não! Será que agora foi assim? O tempo dirá.